O corpo do poeta Ferreira Gullar foi sepultado na tarde desta segunda-feira, 5, no mausoléu da Academia Brasileira de Letras (ABL), no Cemitério São João Batista, na zona sul do Rio. O túmulo fica ao lado da sepultura do poeta Ivan Junqueira, a quem Gullar sucedeu na ABL quando da sua morte, em 2014, e abaixo da do poeta João Cabral de Melo Neto. Amigos e parentes cantaram “O trenzinho do capirinha”, letra de Gullar para a música de Heitor Villa-Lobos, e aplaudiram quando o caixão baixou a sepultura.

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O amigo e curador de arte Leonel Kaz fez um discurso emocionado em que ressaltou a “temperança” e “honestidade absoluta” de Gullar. “Ele dizia que a vida é uma invenção e ele talvez tenha sido uma grande invenção de si mesmo, uma invenção comovidamente brasileira”, disse Kaz, que conviveu com o poeta por 45 anos. Ele também leu o poema de Gullar “Uma pedra é uma pedra”, que termina com os versos “e assim / o homem tenta / livrar-se do fim / que o atormenta / e se inventa”.

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Gullar morreu no domingo, aos 86 anos, em decorrência de uma pneumonia. O corpo foi velado no próprio domingo, na Biblioteca Nacional e, nesta segunda-feira, na sede da ABL, no Centro do Rio. Na despedida, estavam amigos como o cineasta Silvio Tendler, o casal de produtores de cinema Lucy e Luiz Carlos Barreto, os cantores Fagner e Adriana Calcanhoto, os ministros Raul Jungmann (Defesa), José Serra (Relações Exteriores) e Roberto Freire (Cultura), além de escritores, membros da ABL e do mercado editorial.