Coritiba se recupera no Paranaense e goleia Real Brasil

O Real Brasil até ameaçou, tentou encarar de igual para igual, mas não foi páreo para o Coritiba ontem em São José dos Pinhais. Mais consistente, mais profissional e muito mais bem preparado, o Alviverde soube cozinhar o ímpeto do adversário no primeiro tempo e liquidou a partida no segundo. Com Marlos e Gilberto Flores ditando o ritmo do confronto, quem roubou a cena foi Dick, que quase não jogou, entrou na etapa final e já caiu nas graças da galera ao marcar o último na goleada por 4 a 0 sobre o time do controverso empresário Aurélio Almeida.

Depois de treinar entre os titulares e ser confirmado para estrear, Dick foi sacado da equipe por não estar inscrito na CBF. Momentos antes da partida, no entanto, o clube foi informado que a carteira de atleta dele tinha ficado pronta e Dick estava apto a entrar em campo como atesta o BID de ontem. Mas Gilberto Flores, que iria fazer um trabalho físico especial, estava escalado. Restou ao técnico Dorival Júnior manter Flores e deixar Dick no banco. E não é que deu tudo certo. Flores jogou o que não vinha jogando e Dick já mostrou seu cartão de visitas.

Claro que não foi assim tão fácil. Nos primeiros 30 minutos só deu Real e o goleiro Edson Bastos teve que se desdobrar para impedir o adversário de chegar ao gol. Pelo menos três defesas salvadoras e uma espetacular, a la Rodolfo Rodriguez, pegando três chutes seguidos do avante Leonardo. Como não fez, o Real começou a perder o fôlego e foi dando espaço para o Alviverde começar a dominar a partida. Aí surgiu Gilberto Flores, que passou a criar boas jogadas pela direita. Numa delas, Hugo mandou na trave e Keirrison aproveitou a sobra para abrir o placar.

Depois disso, os times voltaram para a etapa final e só deu Coxa. Marlos comandou a meiúca, Gilberto voou pela lateral e Keirrison fez o papel dele, cavou pênalti, cobrou e até furou a rede. O mesmo Marlos viu Hugo livre para fazer o terceiro. Com 3 a 0, chegava a hora de poupar alguns jogadores e Dorival resolveu trocar Ricardinho por Dick. Raçudo, foi com tudo em todas as jogadas, ganhou a maioria delas e fez a festa dos torcedores na arquibancada central. Na empolgação, acabou recompensado com um cruzamento preciso de Flores e marcou o dele de cabeça.

CAMPEONATO PARANAENSE

1.ª Fase – 5.ª Rodada

Real Brasil 0x4 Coritiba

Real Brasil

Rodrigo; Jair, André, Rafael Mineiro e Vinícus; Eder, Rafael Kashima, Michel e Adriano; Anderson Paulista (Anderson Bonfim, 10 do 2.º) e Leonardo (Edmilson, 8 do 2.º).

Técnico: Chicão

Coritiba

Edson Bastos; Rodrigo Mancha, Jéci e Felipe; Gilberto Flores, Careca, Pedro Ken (Jean Agapito, 28 do 2.º), Marlos (Henrique Dias, 33 do 2.º) e Ricardinho (Dick, 23 do 2.º); Keirrison e Hugo.

Técnico: Dorival Júnior

Súmula

Local: Pinhão (São José dos Pinhais)

Árbitro: Antônio Denival de Moraes

Assistentes: Antônio Denival de Moraes

Assistentes: Francisco Aurélio do Prado e Everaldo Lambert dos Reis

Gol: Keirrison aos 35 do 1.º tempo; Keirrison aos 7, Hugo aos 16 e Dick aos 36 do 2.º tempo

Cartão amarelo: Jair, Felipe, Dick, Edmilson

Renda: R$ 22.715,00

Público pagante: 1.740

Dick estréia com gol e cai na graça da galera

Foto: Aliocha Mauricio

Lateral marca de cabeça: apelido veio de personagem de desenho animado.

?Meu nome é Luiz Henrique. Dick é de pequeno, de desenho, mas isso aí faz parte. Deixa o Vigarista para lá, é só Dick.? Assim, o novo lateral-direito do Coritiba contava na terça-feira a origem do apelido, com empolgação natural de quem iria estrear no Coritiba. No entanto a demora no pagamento da inscrição na CBF quase o tirou da partida contra o Real Brasil. Mas ele saiu do banco e mesmo atuando pelo lado esquerdo caiu nas graças da torcida, que já o adotou como ídolo.

?Fico feliz por ter entrado bem, ajudado a equipe a vencer e feito o gol. Agradeço muito a Deus e ao professor Dorival Júnior pela oportunidade?, vibrou Dick após a partida. Alto e participativo, ele gostou da forma de atuar da equipe, que libera os alas para o ataque. ?Gosto muito de chegar na frente, mas primeiro tem que cuidar da marcação?, avisa. Mas, quando foi ao ataque, o público o aplaudiu. ?É uma torcida grande. Fico muito feliz?, aponta o jogador de 23 anos, oriundo do Joinville.

Quem também comemorou o desempenho de Dick foi o coordenador de futebol Tonico Xavier. ?Um amigo me indicou o Dick e fui buscar informações. Ele tem muito a dar ao Coritiba?, elogia o dirigente. Dick assinou contrato até o final do ano e está registrado no obscuro Villa Rio (RJ). Contra o Rio Branco, domingo, em Paranaguá, o jogador atua em sua posição para que Gilberto Flores, mesmo tendo ido bem, volte a treinar fisicamente. O mesmo acontece com Renatinho e outros jogadores. Rubens Cardoso pode estrear, mas a formação só sai amanhã.

Clube acerta com Prosdócimo

Depois de uma semana, o Coritiba anuncia para hoje a resolução da pendência judicial envolvendo a penhora de jogadores, entre eles o zagueiro Henrique. O Alviverde e o ex-presidente Sérgio Prosdócimo assinarão a renegociação de uma dívida antiga a ser paga em cinco anos e o defensor finalmente poderá ser transferido para a Traffic/Palmeiras. ?Podemos dizer que, amanhã (hoje), resolveremos umas das maiores dívidas do clube de forma amigável, indolor, rápida e o Coritiba terá novo fôlego para a nova diretoria tocar seus planos?, comemora Gustavo Nadalin, diretor jurídico do Coxa.

De acordo com ele, os últimos detalhes do acerto com Prosdócimo foram feitos ontem à tarde. ?Amanhã (hoje) teremos as assinaturas de todas as partes envolvidas, registradas em cartório, e o Henrique estará livre para jogar pelo Palmeiras?, anuncia. O jogador, por sinal, já está em São Paulo desde segunda-feira, onde espera a resolução das pendências. ?Fizemos o contrato com a Traffic/Palmeiras de uma forma que, a partir do momento em que resolvesse o problema com a ação judicial do Sérgio, a negociação poderia ser concretizada?, aponta.

Assinada a papelada, o clube deverá viver uma era menos turbulenta. ?Resolve-se qualquer tipo de penhora sobre direitos econômicos de jogadores do Coritiba. Honraremos essa dívida da maneira que podemos. Sem promessas mirabolantes, soluções mágicas ou empurrar com a barriga. Fizemos parcelas num prazo de cinco anos?, completa o advogado.

Os valores não foram informados, mas a dívida inicial de R$ 6 milhões chegou a R$ 17 milhões com juros e correções monetárias. O acerto deve ter ficado num meio termo. Mas é provável que Nadalin tenha que negociar mais dívidas. Ex-presidentes como Francisco Araújo e Joel Malucelli, entre outros, gostariam de ter o mesmo tratamento que Prosdócimo teve, mas sem entrar na Justiça para penhorar jogadores ou patrimônio.

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