Os adultos conseguem rir e as crianças, até chorar. Nesse misto de emoções, intensificadas pelo ambiente de uma sala 3D, Coraline e o mundo secreto chega aos cinemas de Curitiba amanhã.
Uma adaptação do romance infantil Coraline, do inglês Neil Gaiman (criador da lendária série de quadrinhos The Sandman), a animação de Henri Selick (de James e o pêssego gigante) é cheia de detalhes, grafismo, cores e metáforas. O filme é divertidamente complicado e delicadamente assustador.
O desenho começa com uma boneca sendo desfeita e, em seguida, refeita. Quem a faz não é revelado de imediato, mas esta estando pronta é posta janela afora para, até então, não se sabe onde.
Aqui cabe ressaltar que é uma maneira muito legal de começar uma animação 3D, pois esse processo – da fabricação de uma boneca – é acompanhado, quase que bem de perto.
Coraline é uma criança de 11 anos, de Michigan, que acaba de se mudar – junto com os pais, o casal Jones -, para o Oregon. No novo lar, o Palácio Rosa, eles são vizinhos do Sr. Bobinsky (um ginasta circense que treina camundongos), das senhoras Forcible e Spink (ex-”vedetes”) e do garoto Wybie e sua avó. Outra presença comum é a de um gato selvagem. Nesse contexto e com esses personagens a história se apresenta.
O casal Jones vive para o trabalho e Coraline, entediada e sem a atenção dos pais, parte para explorar a área e desvendar os mistérios do novo lar. É quando ela encontra uma pequena porta, que a leva para um segundo lar, que à primeira vista atraente lhe parece muito melhor, com pais melhores, refeições melhores, vizinhos menos chatos e mais divertidos, que não a chamam de Caroline, como no “mundo real”.
Tudo o que a menina queria, mas no verdadeiro lar não encontrava. Só há um porém: os habitantes desse mundo têm botões no lugar de olhos, e esperam que Coraline faça o mesmo para ficar por lá.
Eis que este mundo de sonhos vira pesadelo, e a animação, de aventura, pende para o suspense e o horror, lembrando, em alguns momentos, O labirinto do Fauno e, em outros, Alice no País das Maravilhas (o livro, não o filme da Disney).
Criação
Segundo informações do site oficial do filme, www.coraline.com – onde vale a pena navegar, principalmente pelos impressionantes vídeos do making of – esta é a primeira animação da Laika, feita à mão por animadores, artesãos e fabricantes de bonecos. Levou três anos para ficar pronta.
De acordo com a Universal, através da divulgação da Espaço Z, Coraline foi animação em stop-motion filmada toda em 3-D estereoscópico. Para isso, foram utilizados “sets físicos que precisam ser construídos e personagens (marionetes sem fios, como explicou a animadora Amy Adamy) que precisam ser penteados, vestidos, adequadamente iluminados e dirigidos”.