A política belicista do governo israelense do sangüinário terrorista general Sharon tem o objetivo de dobrar a legítima resistência do povo palestino contra uma ocupação militar de 34 anos, destruir a Autoridade Nacional Palestina, e aniquilar a liderança do presidente Yasser Arafat, democraticamente eleito e dirigente histórico da luta palestina pela independência; política que não se conseguiria levar a cabo sem a complacência e o apoio ilimitado do governo dos EUA encabeçado pelo presidente Bush, em flagrante violação do direito internacional, das resoluções da ONU e da Convenção de Genebra.
É uma responsabilidade internacional fazer frente a essa gravíssima situação que ameaça a paz e a estabilidade no Oriente Médio e no mundo. Depois de um século de guerras, morte e destruição, deve ser encarada, sem demora, aplicando-se a única solução duradoura, a qual deve basear-se no direito internacional, aplicando-se as resoluções do Conselho de Segurança e da Assembléia Geral da ONU, entre outras, a 181, de 29/11/47, e a 194, de 11/12/48, referente ao direito de retorno dos refugiados palestinos, a 242 e a 338. A retirada imediata do exército de ocupação israelense de todos os territórios, ocupados em 1967, o desmantelamento dos assentamentos de acordo com as sucessivas resoluções da ONU, o imediato estabelecimento dO Estado Palestino com capital em Jerusalém, e a aplicação da resolução 194, referente aos mais de 4 milhões e meio de refugiados. Essa é a única via para se conseguir uma paz justa e definitiva.
Saudamos as forças de paz em Israel e a sua emergente voz contra a política militarista, genocida e de ocupação de seu governo, a recusa de um número cada vez maior de oficiais e soldados israelenses em servir nos territórios ocupados da Palestina, e um movimento em favor de uma convivência pacífica entre os povos palestino e israelense baseada no respeito mútuo e no direito de viver em paz, forjando um futuro digno para as gerações futuras.
A crescente solidariedade internacional com a luta justa do povo palestino fará fracassar os planos daqueles que em Israel pretendem impor aos palestinos um sistema de “apartheid” semelhante ao tão odiado e combatido na antiga África do Sul.
O Brasil foi um dos principais patrocinadores da Resolução 131 da ONU (sob a presidência de Osvaldo Aranha), que autorizou a criação de dois Estados, um palestino, outro israelense. Tem um compromisso moral e político com o povo palestino. O governo e o povo brasileiros devem participar, junto aos outros países, e no seio da ONU e demais instâncias mundiais, de um imediato e claro esforço para defender os inalienáveis direitos do povo palestino e consagrar uma paz justa e duradoura.
