Mantemo-nos presos a divagações do passado ou especulações sobre o futuro porque, como qualquer animal, temos como objetivo maior a sobrevivência. Ou seja, tentamos aprender com as experiências passadas ao mesmo tempo em que nos preparamos para dificuldades futuras.
Todavia, diferentemente dos outros animais, além da sobrevivência física, temos que lutar pela sobrevivência mental. Ocorre que, devido à sua intensa atividade, nossa mente se mantém realmente ativa apenas quando construímos ou destruímos alguma coisa (na maioria das vezes a nós mesmos).
Portanto, viver no tempo presente é uma impossibilidade porque representa uma estagnação para o dinamismo mental da humanidade. Até mesmo os monges meditativos em seus mosteiros, apesar das aparências, vivem em função do passado e do futuro.
É claro que essa intensa e delirante atividade mental gera sofrimento. Por isso, dosá-la (ou não) faz parte da vontade, da conveniência e, principalmente, da possibilidade de cada um.
Djalma Filho é advogado
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