Na próxima semana, uma constelação de atores, atrizes, diretores e produtores subirá a Serra gaúcha para a trigésima edição do Festival de Gramado – Cinema Brasileiro e Latino, o mais importante evento cinematográfico da América Latina, que abre nesta segunda dia 12. Até sábado, estarão disputando o troféu Kikito 14 longas-metragens (cinco documentários, cinco filmes brasileiros de ficção e quatro latinos de ficção), um média-metragem e 24 curtas.
Aracy Balabanian, Ary Fontoura e Hugo Carvana, entre muitas outras celebridades globais, dividirão os holofotes com representantes da nova geração, como Mel Lisboa, Luana Piovani e Rodrigo Santoro. Outra presença ilustre será Darlene Glória, vencedora do Kikito de melhor atriz na primeira edição do Festival, em 1973, por Toda Nudez Será Castigada.
As cinco produções brasileiras que estão disputando o prêmio de longa-metragem de ficção são Uma Onda no Ar, de Helvécio (MG), Separações, de Domingos de Oliveira (RJ), Durval Discos, de Anna Muylaert (SP), Querido Estranho, de Ricardo Pinto e Silva (SP) e Dois Perdidos numa Noite Suja, de José Joffily (RJ). Os quatro latinos são El Hijo de la Novia, produção hispano-argentina de Juan José Campanella, La Perdición de los Hombres, de Arturo Ripstein (México/Espanha), Estrella del Sur, de Luis Nieto (Uruguai/Espanha/Argentina/França) e Taxi para Tres, do chileno Orlando Lübbert.
Mas a maior novidade deste ano é a possibilidade de os documentários participarem da mostra competitiva, como uma categoria à parte de longa metragem. A nova categoria estréia com cinco produções – Edifício Master, de Eduardo Coutinho (RJ), Nem Gravata Nem Honra, de Marcelo Masagão (SP), A Cobra Fumou, de Vinícius Reis (DF), Onde a Terra Acaba, de Sérgio Machado (RJ) e Poeta de Sete Faces, de Paulo Thiago (RJ).
O Paraná está representado entre os curtas, com O Encontro, de Marcos Jorge – vencedor do último Festival de Cinema, Vídeo e DCine -, e com o único média metragem do evento – O Fim do Ciúme, de Luciano Coelho, que concorre entre os títulos de 16mm. Os dois estão entre os 25 filmes selecionados em 134 inscritos. A programação hors-concours vai contar ainda com a pré-estréia do filme espanhol Salvajes, de Carlos Molinero, e o lançamento do aguardado Paixão de Jacobina, de Bruno Barreto, estrelado por Letícia Spiller. O festival também homenageará o cineasta Roberto Farias e a atriz Marieta Severo.
Quando o crime compensa
O fascínio que os gênios do crime despertam é universal, e a apologia de contraventores espertos, charmosos e engraçados é tema recorrente em Hollywood – vide Bonnie & Clide, Assassinos por Natureza, Jackie Brown e Máfia no Divã, entre tantos outros. O diferencial de O Assalto, a melhor estréia de hoje nos cinemas, é o gabarito do criminoso: Gene Hackman está impecável como Joe Moore.
No filme escrito e dirigido por David Mamet, Moore é um mestre na arte de roubar, dissimular e iludir. Frio, preciso e experiente, não se deixa perturbar nem nos momentos de maior tensão e risco. E tem como norma praticar seus assaltos com um mínimo de violência.
Joe e seu bando estão roubando uma joalheria em plena luz do dia, quando uma vendedora atrapalha a ação. O assalto é bem-sucedido, mas o rosto do líder da quadrilha é gravado pela circuito interno de TV. Descoberto, o velho ladrão decide se aposentar.
O problema é que Bergman, o receptador (Danny DeVito), se recusa a entregar a sua parte, a menos que ele faça um último “serviço”. Para piorar, sua jovem esposa Fran começa a agir de maneira estranha, depois de conhecer o jovem sobrinho de Bergman (Sam Rockwell). Conseguirá Joe Moore sair por cima mais uma vez?
Fomos Heróis
Mel Gibson encabeça elenco de Fomos Heróis, filme de Randall Wallace baseado em livro que relata eventos do combate do Vale de Ia Drang, durante a ofensiva dos EUA sobre território vietnamita. Heroísmo e patriotismo são temas diletos de Wallace, diretor de Coração Valente. E Mel Gibson adora interpretar heróis. Mas para o ator e diretor, Fomos Heróis não chega a ser um filme de guerra. É sobre um tenente e seus liderados num campo de batalha, onde coragem tem uma irmã inusitada mas real nesta história: sensibilidade.
