Constantine mantém o charme e o carisma dos quadrinhos

Confesso que fui assistir Constantine com um certo receio. Depois do fiasco das duas últimas adaptações dos velhos gibis ao cinema (Blade Trinity e Elektra), fui ao cinema com o pé atrás. Será que Hollywood iria transformar o ocultista John Constantine num personagem burocrático, chato e que pouco ou nada lembraria o esperto bruxo que desafia as forças do inferno, como fez com os hérois acima citados?

Felizmente, esse meu receio desapareceu logo nos primeiros minutos do filme. Toda a essência do mago foi transportada até as telonas dos cinemas. As únicas mudanças foram na cor do cabelo (Constantine é loiro nos quadrinhos) e o local de onde se passa a história. Da chuvosa e cinzenta Inglaterra para a quente e liberal Los Angeles.

A história, como era de se supor, fala sobre o exorcista John Constantine, que trava uma batalha com criaturas que venham interferir entra as forças do paraíso e do inferno, na busca de redenção por um ato cometido no passado que carimbou uma passagem só de ida para as trevas. Entretanto, Constantine desconfia de que algo muito grande está ocorrendo nas entranhas do inferno e cujos resultados poderão transformar a Terra literalmente num caos completo. Caberá ao anti-herói impedir que isso aconteça. Mas o tempo é curto e Constantine ainda luta contra um devastador câncer no pulmão.

Não tem como falar de Constantine sem citar seu protagonista, o ator Keanu Reeves. Ele encarnou o personagem de uma maneira que fica difícil dizer onde começa Reeves e onde termina Constantine. Toda aquela lábia, mau-humor, arrogância e canastrice do bruxo foi incorporada de maneira soberba pelo protagonista de Matrix. A escolha de Reeves para o papel não poderia ter sido mais acertada.

Destacam-se também a atriz Rachel Weisz, no papel de Angela Dodson, uma policial católica que tenta provar que sua irmã gêmea não se suicidou e cujo caminho se encontra com o de Constantine, e Peter Stormare, como Lúcifer, que rende um dos melhores momentos do filme ao confrontar com o mago.

Pode ser que fãs mais ardorosos dos gibis venham a reclamar de algumas mudanças no personagem, mas, no final das contas, o que vale é a diversão de ver um bom filme e isso Constantine garante aos espectadores.

Flávio Laginski é repórter do parana-online

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