O Conselho da Fundação Bienal de São Paulo vai se reunir na terça-feira, às 18 horas, para eleger o novo presidente diretor da instituição. Com o término da gestão do empresário Heitor Martins, eleito em 2009 e reeleito para segundo mandato, a entidade aposta na continuidade de seu trabalho. Martins indicou para o cargo o também empresário Luis Terepins, membro da diretoria da Bienal desde 2009. “A sucessão é mais do que lógica”, afirma Julio Landmann, conselheiro da instituição. “Se tiver alguma oposição (na eleição), ficaria muito surpreso.”

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Segundo Landmann, Luis Terepins, sócio-fundador da construtora Even e da Têxtil Matec, “gosta de arte contemporânea” e tem como uma de suas principais defesas a importância do programa educativo da Bienal. “Em todas as reuniões do conselho, ele defende o educacional da instituição e acho que vai continuar com essa linha”, diz.

Landmann, que já foi presidente da instituição (responsável por uma das mais importantes edições do evento, a 24.ª Bienal, de 1998), indicou, em 2009, o nome de Heitor Martins para o conselho da entidade quando a Fundação Bienal de São Paulo vivia o pesadelo de não ter quem aceitasse se candidatar ao posto. A gestão de Martins, sócio-diretor da McKinsey, empresa internacional de consultoria, foi marcada pela profissionalização da instituição, que promoveu duas edições do evento, a 29.ª e a 30.ª, respectivamente, em 2010 e 2012. “A gestão de Heitor foi excelente, com ela, a Bienal sobreviveu”, analisa Landmann.

Entretanto, Luis Terepins, se eleito, vai encarar um grande problema, o bloqueio das contas da Fundação Bienal de São Paulo, promovido no início do ano passado pelo Ministério da Cultura (na gestão da ex-ministra Ana de Hollanda) devido a questionamentos da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre convênios firmados pela instituição entre 1999 e 2007. Oficialmente, a Bienal ainda não teve o desbloqueio integral de suas finanças. Está em negociações – que se mostram positivas -, com o Ministério da Cultura.

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A realização da 30.ª Bienal, que teve 520 mil visitantes, só foi possível com a concessão de uma liminar pelo Tribunal Regional Federal (TRF) de São Paulo. As atividades de 2012 e de 2013 foram inscritas como um programa da instituição que abarca as comemorações de seus 60 anos, como explicou Heitor Martins em entrevista concedida no fim do ano passado. Dessa forma, a instituição pôde promover a captação de recursos como proponente de suas atividades para o período. Em setembro de 2012, quando a ministra da Cultura Marta Suplicy fez sua primeira visita oficial à Bienal de São Paulo para iniciar as negociações com a instituição, Terepins estava ao lado de Martins na ocasião. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.