Um dos principais desafios da educação musical nos países da América Latina é ampliar a literatura sobre a música da região. A opinião é do guitarrista Lupa Santiago, coordenador pedagógico e vice-diretor da Faculdade Souza Lima, em São Paulo. Ele representará o Brasil no Congresso de Escolas Latino-Americanas de Música (Claem), que será realizado de 26 a 29 de abril em Santiago, no Chile.
“Esse congresso tem a grande função de expor o panorama da música na América Latina. Todos os países da região têm grandes festivais de música, mas pouco se sabe disso. E existe uma literatura muito limitada sobre música. Há necessidade de livros em português e em espanhol”, explica o professor, que tem uma “capivara” musical extensa, dentro e fora do palco.
Além dos nove discos que já gravou, é autor de três livros: “Improvisação Moderna I”, “Play Along de Métricas Ímpares” e “Dicionário de Acordes e Condução de Vozes”. Os livros foram lançados no Brasil pela Editora Souza Lima e, no exterior, pela editora alemã Advance Music. A editora da escola ainda lançou, em março do ano passado, um método para ensino de baião e samba. “E a gente quer aprender com os livros deles e levar os nossos também. Vou fazer workshop dos meus livros lá. Todos os autores participarão de workshops. Além desse intercâmbio, músicos de 15 países vão tocar, com integração prática.”
Lupa também tocará composições suas na companhia do contrabaixista peruano Oscar Stagnaro – músico vencedor de dois prêmios Grammy com Paquito D’Rivera pelos discos “Live at the Blue Note” e “Brazilian Dreams” – e o baterista chileno Nacho Mena, que já integrou a banda de Ornette Coleman e tocou com Nana Vasconcellos, Sivuca, Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti… a lista é muito ampla e irrestrita, igualmente dentro e fora do palco. Mena também é diretor da Universidade do Pacífico, onde será realizado o Congresso.