Um aparelho dotado de tecnologia wireless já está monitorando as "funções vitais" da Monalisa, obra-prima de Leonardo Da Vinci exposta no Museu do Louvre, em Paris, conforme informa a revista italiana Panorama, que nesta edição traz uma entrevista com Paolo Dionisi Vici, idealizador do projeto.
O Lab-Mob, como é chamado, é programado para transmitir informações sobre condições ambientais, tais como temperatura e umidade, na área da pintura e serve como instrumento de precisão na conservação dos quadros.
"Este aparelho é uma idéia em fase de desenvolvimento que parte dos princípios dos sistemas auto-regulados, mas dispõe de tecnologia wireless baseada sobre o protocolo bluetooth", explica o idealizador do aparelho.
"Um ovo de Colombo, capaz de monitorar eventuais comportamentos anômalos nos materiais e de verificar condições potencialmente arriscadas para as obras", acrescenta Dionisi Vici.
A funcionalidade da transmissão wireless foi testada durante a última manutenção da vitrine que protege a "Gioconda", depois de uma monitoramento de testes entre maio e outubro. Assim, desde 6 de novembro a Monalisa é a primeira pintura em tela a experimentar o sistema, cuja primeira versão, ainda com fios, foi aplicada em 2000 em "La Madonna delle Grazie", de Bernardo Daddi.
"Um dos maiores estudiosos do equilíbrio madeira-umidade conheceu o sistema e me perguntou se eu me interessaria em aplicá-lo na Monalisa. Obviamente a resposta foi sim, mas o problema eram os fios, que deveriam sumir de qualquer jeito, para não atrapalhar o público do Louvre", lembra o cientista.
"Então me veio em mente utilizar o protocolo bluetooth, idéia que se tornou realidade em 6 de novembro", acrescenta. "Um instrumento com essas características representa uma pequena revolução".
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