Bob Marley morreu |
Addis Abeba – Um concerto de reggae para celebrar a lenda Bob Marley que reuniu mais de 200 mil pessoas na capital da Etiópia, Addis Abeba, pode se tornar um evento anual na África, disseram ontem os organizadores.
A Fundação Bob Marley disse que espera levar o festival a outro país africano no ano que vem, para honrar a memória do artista que fez gritos de liberdade como Africa Unite e Get Up, Stand Up reverberarem pelo continente desde os anos 70s.
"Queremos ver a unidade africana" disse Desta Meghoo-Peddie, diretora da fundação criada para prolongar o legado de Marley depois da morte dele, em 1981, vítima de câncer. "É nossa esperança levar esse concerto para diferentes países da África e esse é o plano em andamento," acrescentou Meghoo-Peddie, em entrevista coletiva dada ao lado da cantora americana Lauryn Hill e de Angelique Kidjo, do Benin, que participaram do tributo na Etiópia. A organizadora evitou dizer que país deve ser o próximo a receber o show, afirmando que está preparando propostas.
Rastafaris e suas dreadlocks lotaram a principal praça de Addis Abeba no domingo, para celebrar os 60 anos de nascimento do cantor jamaicano, levando alguns etíopes a reclamar que o governo deveria fazer mais para honrar gente do próprio país. Mas uma multidão de etíopes, com as cores verde, vermelho e amarelo, lotou o concerto, um show em proporções nunca realizadas no país, considerado berço da fé rastasfari.
Os rastafaris vêem o imperador etíope Haile Selassie, já falecido, como uma manifestação viva de Deus, uma concepção que desagrada os cristãos ortodoxos etíopes, que preferiam ver sua herança real honrada, em vez de Marley.
Para os rastafari, fumar maconha – a erva sagrada – é um sacramento, que aproxima o homem de Deus. O hábito também é desaprovado na sociedade etíope, marcadamente conservadora. Mas o primeiro-ministro Meles Zenawi e a família dele compareceram ao show.