Complicada e bonitinha

A pele alva, os olhos cor de mel e o cabelo liso lembram uma princesa de história infantil. Aos 28 anos, Regiane Alves bem que poderia ser personagem de um conto de fadas. Mas Manoel Carlos não se deixou levar pela carinha de anjo e pelo perfil de mocinha romântica da atriz. Em Páginas da Vida, Regiane vive Alice, mais uma personagem temperamental e mimada. ?A Alice é ambiciosa, egoísta e vai fazer de tudo para ter o amor do Léo?, destaca a atriz, referindo-se ao personagem de Thiago Rodrigues.

Mas não é a primeira vez que Regiane vive uma mulher de caráter duvidoso. Não há quem não se lembre da malvada Dóris, de Mulheres Apaixonadas, que maltratava os avós sem dó nem piedade. Regiane conta que sofria e se surpreendia com ela mesma ao fazer cenas agressivas e de xingamento com seus avós na trama, interpretados por Oswaldo Louzada e Carmem Silva. ?Era engraçado fazer a Dóris porque ela era muito diferente de mim?, revela.

Para viver personagens que detestam ser contrariadas, como a Clara, de Laços de Família, a Dóris, de Mulheres Apaixonadas e a Alice, de Páginas da Vida, Regiane conta que observa tudo o que acontece a sua volta. ?Quando estou na rua e presencio uma situação que me incomoda pego como exemplo para a novela?, explica.

Longe da tevê desde Cabocla, novela de Benedito Ruy Barbosa em que interpretava a meiga Belinha, Regiane já estava com saudade das câmaras e dos flashes. ?Adoro fazer televisão. Ainda mais quando é um bom texto, como o do Manoel Carlos?, elogia. Tida como uma das ?queridinhas? do autor por se atirar aos personagens sem frescura, a atriz conta que antes de entrar na segunda fase da novela das oito da Globo passou por diversos estágios, da euforia à ansiedade. ?Tem a fase de achar ótimo estar numa novela do Manoel Carlos. Depois tem a ansiedade de estar chegando a hora de entrar na trama e não saber como é o personagem?, relembra.

Regiane admite que levou tempo para traçar o perfil da Alice. Tanto que, ao ler pela primeira vez a sinopse da novela, pensou que a noiva de Léo fosse tranqüila e doce. ?No início, quando ainda não tinha idéia de quem realmente era a Alice, o figurino dela era em tons claros?, surpreende-se. No entanto, depois que ela e Jayme Monjardim – diretor da novela – consultaram Manoel Carlos e constataram que a moça era mimada, ciumenta e possessiva, a atriz passou a vestir roupas mais escuras, indicativas de uma personalidade mais turbulenta. ?Também escureci o cabelo para dar um ar mais sofisticado?, acrescenta.

A atriz também já viveu outra mulher capaz de infernizar a vida de um homem com seus mimos e crises de ciúme. Em 2002, quando encarnou Clara, em Laços de Família, a atriz azucrinou a vida do marido Fred, vivido por Luigi Baricelli, e da garota de programa Capitu, personagem de Giovanna Antonelli. ?A Alice é bem parecida com a Clara. Só é mais irônica e classuda. Ela quer estar sempre em cima do salto?, descreve.

Apesar de considerar Alice ?classuda?, Regiane admite que a personagem também tem momentos de crise. Exemplo disso foi a briga que ela travou com Léo por ciúme da finada Nanda, personagem de Fernanda Vasconcellos. ?Tive uma crise de choro quando li que faria essa cena?, diz, entre risos. Mesmo preocupada com a complexidade e a carga emotiva da cena, Regiane não titubeou e resolveu mostrar o lado negro de Alice. ?Quando terminei de gravar estava tão tensa que chamei até a massagista?, diverte-se.

Amor à primeira vista

Quando o assunto é Manoel Carlos, Regiane é só elogios. ?O Manoel Carlos me emociona desde a primeira vez que o vi?, incensa a atriz, que participa pela terceira vez de uma novela do autor. Ela acredita que não há quem não se identifique com alguma história contada por Maneco. ?Ele é muito sensível, principalmente quando escreve sobre as mulheres?, derrama-se.

No entanto, Regiane prefere não dar palpite no futuro de seus personagens e, por conta disso, procura se manter afastada do autor durante a novela. ?Não tenho contato com o Manoel Carlos durante a trama porque devo respeitar o trabalho dele?, defende.

Embora seja indisfarçavelmente apaixonada pelo texto de Maneco, Regiane também tem outras admirações. ?Estreei numa novela do Walcyr?, orgulha-se, referindo-se à Fascinação, novela exibida pela emissora de Silvio Santos em 1998.

Depois do SBT, a atriz teve uma breve passagem pela Band, onde encabeçou o elenco de Meu Pé de Laranja Lima, de Ana Maria Moretszohn, e em seguida partiu para a Globo, onde está até hoje. ?Meu primeiro papel marcante na Globo foi a Rosália, da minissérie A Muralha?, relembra.

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