Nenhuma mulher escapa das piadas machistas de um bom cafajeste. Morenas, ruivas e, claro, loiras. Magras e gordas, feias e belas. No bar, ao volante, na cozinha ou no trabalho. Elas são o assunto preferido de quatro homens, na comédia musical Os Cafajestes, que estará em cartaz nos dias 24, 25 e 26 de outubro, no Pequeno Auditório do Teatro Positivo. Com direção do baiano Fernando Guerreiro, o texto de Aninha Franco ganhou o prêmio Sharp de melhor musical brasileiro de 1995 e ficou seis anos em cartaz. E agora volta aos palcos com a mesma direção e metade do elenco original.
Leo Jaime, Juan Alba e Claudio Gabriel estréiam no espetáculo e contracenam com Osvaldo Mil, que esteve na primeira montagem. Eles cantam, dançam e fazem homens e mulheres morrerem de rir dos clichês e máximas machistas.
A comédia é um divertido olhar sobre o machismo exacerbado. Apesar de as mulheres serem o alvo principal dos cafajestes, os quatro também representam caricaturas masculinas. Juan Alba interpreta Alencar, um romântico que é feliz ao lado de sua esposa, Adelaide. Osvaldo Mil é Alfredinho, um playboy que se considera garanhão. Claudio Gabriel é Estevão, um troglodita que garante que sua mulher o chama de senhor, tira seus sapatos e beija seus pés. Leo Jaime vive Onório, um homem traído diversas vezes, também vítima frequente de piadas. “A peça é um deboche, um exagero. Reúne todos os clichês machistas e radicaliza. Mas os machões acabam reverenciando as mulheres no fim das contas”, diz Guerreiro.
Sucesso de público e de crítica, a primeira montagem estreou em Salvador, 1994. Em 14 anos, a mulher brasileira passou por transformações. Nos anos 90, ainda havia uma luta pela igualdade. Hoje, a mulher já consegue equilibrar melhor diferentes papéis: profissional, mãe, esposa. Pensando nestes aspectos, o texto sofreu pequenas alterações.
O musical é composto por canções machistas, de diversas épocas e estilos. Para abrir o espetáculo o hit eternizado por Mario Lago, Ai que saudade da Amélia. Algumas músicas ganharam novas versões como Mesmo que seja eu, de Roberto e Erasmo, que virou um divertido reggae, e Eu gosto é de mulher, gravado pelo Ultraje a Rigor, um animado hip hop. Os cafajestes também têm um momento romântico com a interpretação de Devaneios, consagrada na voz de Julio Iglesias.
Serviço
Data: 24 e 25 de outubro (21 horas) e 26 de outubro, às 19 horas
Local: Teatro Positivo (Pequeno Auditório) – Rua Prof. Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido
Censura: 14 anos
Pontos de Venda: Disk Ingressos (41 3315-0808), quiosques do Disk Ingressos dos shoppings Mueller e Curitiba e nas bilheterias do Teatro Positivo.
Ingressos: Inteira: R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia). Meia-entrada para estudantes ou maiores de 60 anos.