O Ano Ibero-Americano de Leitura, conhecido no Brasil como Vivaleitura 2005, começou oficialmente anteontem no País com a palestra Políticas do livro e da leitura nos países ibero-americanos, proferida pelo presidente do Grupo Interamericano de Leitores (GIE), o colombiano Gonzalo Arboleda Palácio. O evento, realizado na Câmara Brasileira do Livro, em São Paulo, foi aberto pelo coordenador do Plano Nacional do Livro, Leitura e Bibliotecas, Galeno Amorim, e contou com a presença de 60 convidados, entre eles a secretária estadual de Cultura de São Paulo, Claudia Costin, e o ex-ministro da Educação, Paulo Renato de Souza.
"Dois mil e cinco será o ano da virada. Começamos com a desoneração do livro, assinada pelo presidente Lula no final do ano passado, e neste primeiro semestre teremos a implementação da Câmara Setorial do Livro e do Observatório Nacional do Livro e da Leitura, a abertura de bibliotecas e diversas outras ações??, comemorou Amorim. O Vivaleitura é um calendário de ações integradas (confira em www.vivaleitura.gov.br) que visam promover uma grande mobilização nacional em favor da leitura, contando com a participação de governos (federal, estaduais e municipais), editores, livreiros, organizações não governamentais, escolas, professores, bibliotecários, escritores, meios de comunicação e empresas privadas. A regulamentação da Lei do Livro e campanhas nacionais de incentivo à leitura na TV e no rádio também estão previstas no Vivaleitura. "O programa foi concebido de forma inteligente e democrática, unindo todos os elos relacionados ao livro. Teremos prazer em participar??, afirmou o presidente da CBL, Oswaldo Siciliano. Além do Brasil, outros 20 países integram o Ano Ibero-Americano.
Em sua palestra, Arboleda apresentou a plataforma para a constituição de uma política pública de leitura, concebida por especialistas de diversos países em encontro realizado em Cartagena, na Colômbia. A plataforma é composta por 15 pontos, tais como "O direito à leitura", "O papel do setor educativo no fomento da leitura", "A participação da sociedade no fomento da leitura", "O combate à pirataria", "Criação de novos canais de distribuição" e "Editar livros nacionais e descobrir novos talentos".
Ao final do evento, Claudia Costin apresentou um balanço do programa "São Paulo: Um Estado de Leitores" e entregou ao presidente da Editora Moderna, Andrés Cardo, o prêmio "Iniciativa Amiga da Leitura", selo concedido pelo Conselho Paulista de Leitura àqueles que promovem ações em favor da leitura. Já foram agraciados com o prêmio a comunidade de Cidade Tiradendes, pela biblioteca Força Ativa; a Faap, pelo projeto Fome de Saber; a Dpaschoal, pela Fundação Educar; e o SBT, pela "Literatura no Teatro".