Assim como acontece há 26 anos, a partir de hoje Curitiba se enche de música. Uma mistura de sons e ritmos invade a cidade se espalhando por, pelo menos, 18 diferentes pontos – sem mencionar praças e parques. Seja em curso ou concerto, tem para diversos gostos: música antiga, erudita, popular, eletrônica e blues. É a Oficina de Música que começa hoje e só termina em 20 dias.
Em números, a matemática mostra a grandeza do evento: são 1.360 alunos nos 91 cursos, ministrados por 105 professores, 15 deles internacionais. Ou nas 66 apresentações oficiais e nos oito filmes da mostra comentada da Oficina de Blues, a serem exibidos na Cinemateca. Ou ainda nas 20 mil pessoas do público esperado. Porém, em expressão e sentimento, apenas quem faz parte da oficina, desde o início, para explicar o que isso representa. ?Este é simplesmente o grande momento musical de Curitiba. É difícil ter um momento cultural como este, que dure e produza tanto?, delineia a diretora artística da oficina, Janete Andrade.
Há sete anos na direção do evento, Janete participa desde a primeira oficina. Ela foi aluna e, em 1991 e 1992 foi também professora. Segundo ela, além do número de alunos, cursos e professores ter aumentado, o progresso da oficina está no alcance que conquistou. ?O evento hoje é reconhecido em todo o território nacional e internacional.?
Os mesmos músicos que ensinam são os que, em solo, duos, trios ou grupos, fazem os recitais. Desse encontro entre instrumentistas, maestros e cantores sai muito mais que boas misturas. ?Em termos de formação, durante a oficina os alunos têm chance de se encontrarem com grandes mestres e podem organizar suas vidas. Entre os professores, todos muito bons, este ano se destacam os de violino (brasileiros e estrangeiros) e também de trompete e trombone. São muitos nomes e nomes de importância na música internacional?, garante a diretora.
Lucília Guimarães/FCC |
Concerto da oficina em 2007. Organização espera cerca de 20 mil expectadores em 2008. |
Janete cita ainda três novidades do evento deste ano. ?Temos pela primeira vez o curso de harmônica na oficina de Música Popular. O curso de teclado na oficina de Blues e ainda a mostra de cinema, na mesma oficina?. Ela conclui que, além de um espaço de encontro, trocas e lançamentos, a oficina de Música de Curitiba ?é a grande vitrine musical da cidade, é o momento de projeção muito positivo?.
Histórico
De acordo com a Fundação Cultural, promotora do evento, a Oficina de Música começou, em Curitiba, em 1983, com apenas oito cursos e 200 alunos, em um só local. ?A proposta era descobrir e formar novos talentos?, afirma a nota oficial do evento. Com o passar dos anos, as edições foram se aprimorando com a chegada de novos sons, mais músicos, mais interessados e mais espaços.
O público, durante todo esse tempo, não é apenas local, mas de todo o País e até de fora. ?São em grande número, também, os que vêm da Argentina, Paraguai e Uruguai. Entre alunos e professores, a Oficina de Música contou, ao longo de suas edições, com representantes de toda a América Latina, Estados Unidos, França, Suíça, Holanda, Inglaterra, Alemanha, Noruega, Espanha, Itália, Portugal, China e Israel?, diz a nota.
Ainda segundo a divulgação da Fundação, ?muitos músicos que hoje brilham nos palcos foram alunos da Oficina de Música. Entre eles, Carlos Harmuch, Carmelo de los Santos, Cristiano Alves, Marília Vargas, Sérgio Alvarez, Sérgio Albach, Glauco Sölter, Rodolfo Richter, Mauricio Aguiar, que atualmente são ou foram professores da oficina, devem boa parte de sua formação aos mestres que encontraram no festival de Curitiba?.