Nova York (AE) – O cinema brasileiro, que já teve dois festivais neste verão nova-iorquino, no Museum of Modern Art (MoMA) e no Tribeca Cinemas, volta a marcar presença na cidade. Deste sábado ao dia 12, a Big Brazil Foundation está promovendo o seu 2.º Festival de Cinema Brasileiro de Nova York. Dezenove filmes, entre longas, curtas, documentários e especiais para crianças serão exibidos no Anthology Film Archives, cinema cult do East Village. Haverá também um concurso de moda, com modelos inspirados em filmes nacionais.

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Fora da sala de projeção, o festival é motivo de uma batalha judicial. A mostra, cujo nome em inglês é New York Brazilian Film Festival, ocorre dois meses depois do 3.º Festival de Cinema Brasileiro de Nova York, o Brazilian Film Festival of New York, na versão americana do título, que é produzido pela Infinitto Foundation e, em julho, exibiu 17 filmes no Tribeca Cinemas. A semelhança de título dos eventos é confusa para o público e causou a troca de processos, em andamento em duas cortes de Nova York, entre as entidades que os promovem. Ambas são dirigidas por brasileiras que, por coincidência, têm nomes parecidos: Adriane Bonato, diretora da Big Brazil, e Adriana Dutra, da Infinitto.

Adriane Bonato está processando a Infinitto por uso indevido do nome do festival feito por aquela empresa, que realiza anualmente o Brazilian Film Festival of Miami. Adriane argumenta ter registrado o título, com o of New York no fim, em dezembro de 2003. Ao saber que a Infinitto faria um Brazilian Film Festival of New York, Adriane fez outro registro em janeiro do ano passado, o do título New York Brazilian Film Festival, com o qual tem divulgado seu trabalho. "Isso é capricho de uma empresa de Miami que acha que é dona do cinema brasileiro", diz, sobre o imbróglio.

Por sua vez, a Infinitto entrou com processo contra Adriane Bonato, argumentando que a marca foi criada pela empresa em 1997 quando promoveu seu primeiro festival em Miami. "Este evento ocorre há nove anos e tem o título conhecido em todo o território americano", diz Adriana Dutra, que não quer ver a Infinitto confundida com a Big Brazil. "Quanto mais eventos como esses ocorrerem, melhor para o cinema brasileiro. Mas queremos poupar o nome Brazilian Film Festival."

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Questões judiciais à parte, o 2.º Festival de Cinema Brasileiro de Nova York traz vários filmes, produzidos entre 2001 e 2005, que já receberam prêmios no Brasil e no exterior. Nessa mostra, eles concorrem ao Troféu Liberty Statue, em votação feita pelo público e por um comitê especial. Este ano, a mostra será aberta por A oitava cor do arco-íris, primeiro longa produzido no Mato Grosso.