Em fevereiro de 2008, quando completou 70 anos, Martinho da Vila não deu grande festa. Ganhou bela homenagem no Instituto Cravo Albin, com a presença de muitos amigos, e comemorou com os filhos, mas a celebração pública ficou mesmo para o começo deste ano. Nesta terça-feira (6), será aberta no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio, com sua presença na plateia, a série de shows ‘Martinho José Ferreira – 70 Anos de Brasilidade’, que marca outra data redonda: os 40 anos de sua carreira discográfica (o primeiro LP, Martinho da Vila, tinha sambas como Quem é do Mar Não Enjoa, Casa de Bamba, O Pequeno Burguês e Tom Maior).
Os shows serão sempre às terças-feiras, em duas sessões, às 12h30 e às 18h30. Nesta terça, se encontram dois dos filhos que também vivem de música: Analimar (cantora e instrumentista, atualmente na trupe da irmã Mart’nália) e Tunico (cantor, compositor, músico). Com eles, se apresenta Agrião, percussionista e parceiro de Martinho e integrante da Ala de Compositores da Vila Isabel. O trio vai lembrar grandes sucessos, como Canta Canta, Minha Gente e Mulheres e o inesquecível samba-enredo Kizomba, Festa da Raça, que encantou a Marquês de Sapucaí em 1988 e ajudou a Vila a chegar ao campeonato.
“Receber uma homenagem é sempre agradável; homenagem de filho, então… O único problema é que você fica sem graça. Mas acho que eu mereço, fiz bastante coisa”, brinca Martinho, com a fala mansa tão característica. Ele garante que a idade não pesou ainda. “Foi tranquilo. Quando fiz 60 é que foi difícil, porque no passado essa era idade de velhinho. As pessoas diziam: ‘Fui a uma festa ontem e tinha um velhinho de 60 anos muito animado!’.”
Na semana que vem, o CCBB recebe Ovídio Brito e Marcelinho Moreira, que lembrarão, entre outras canções, Devagar Devagarinho e Samba do Trabalhador. Ambos são cantores e instrumentistas que fazem parte da banda de Martinho (Brito acaba de pôr na praça o CD Viajando com Martinho). A programação tem ainda o violonista e compositor Claudio Jorge (produtor musical do projeto) e a cantora Sandra Portella, no dia 20; e o baluarte portelense Monarco e o músico Carlos Fernando Cunha, um dos “pais” do projeto, no dia 27.
Outra parte das comemorações é o CD e DVD O Pequeno Burguês (seu primeiro grande sucesso), gravado no Teatro Fecap e lançado recentemente. Entre uma música e outra – Na Aba, Ex-Amor, Tom Maior – , ele conta histórias de sua vida e seus sambas, desde o 3º Festival da TV Record, de 1967, em que o jovem de Duas Barras, no interior do Estado do Rio, despontou (ele concorreu com Menina Moça, incluída em O Pequeno Burguês). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.