Começa amanhã mostra de filmes de baixo orçamento

Começa amanhã e vai até domingo, no Itaú Cultural, em São Paulo, a segunda edição da Mostra Cinema de Bordas, que exibe filmes de baixíssimo orçamento. Uma das produções, por exemplo, custou R$ 250, ou seja, menos do que um jantar num bom restaurante. Serão exibidas treze produções feitas praticamente sem dinheiro algum, por cineastas amadores de todo o Brasil e com enredos bastante originais.

É o caso do curta “Chupa-Cabras”, do capixaba Rodrigo Aragão e que custou R$ 300. O filme conta a história de um homem que se vê perdido numa floresta e perseguido por uma estranha fera. Bem mais caro – mas ainda muito barato -, o longa “Ninguém Deve Morrer”, do catarinense Petter Baiestorf, custou R$ 6 mil. O diretor é uma espécie de celebridade no mundo dos filmes sem orçamento. “Todo o dinheiro sai do meu bolso. Depois, recupero com a venda de DVDs”, conta. Seus roteiros beiram o cinema pornô-escatológico e, segundo ele, não faltam atores para os mais esdrúxulos papéis, como alguém para o seu último trabalho: “A Vadia do Sexo Sangrento”. Ele ostenta no currículo 125 títulos e faz questão de pagar a todos os atores. “O cachê gira entre R$ 50 a R$ 100 por dia de filmagem.”

Outra celebridade deste mundo é Liz ‘Vamp’ Marins, filha de José Mojica Marins, o Zé do Caixão. Na mostra, será exibida sua primeira produção, o curta “Aparências”, que custou R$ 5 mil. “Por ser filha do Zé, a cobrança é muito grande”, diz. E engana-se quem pensa que o lado vampiresco da moça esteja agradando ao pai. “Ele não gosta de vampiros. Acha que é uma cultura estrangeira”, explica. O filme tem 7 minutos e está disponível no YouTube.

Menos conhecidos do que Peter e Liz, há nomes como Semi Salomão, de Apucarana, no Paraná, e Felipe Guerra, de Carlos Barbosa, no Rio Grande do Sul. Ambos gravaram seus filmes com pouco dinheiro. Para fazer “A Bruxa do Cemitério 2”, Semi gastou R$ 5 mil. Já Felipe é o autor do filme mais barato da mostra – talvez, do mundo. Para fazer o seu longa, singelamente intitulado “Entrei em Pânico ao Saber o que Vocês Fizeram na Sexta-feira 13 do Verão Passado”, Felipe gastou inacreditáveis R$ 250.

Mas o Cinema de Bordas também tem um filme de alto orçamento, o que, nesse caso, significa custar mais de R$ 100 mil. Trata-se de “Morgue Story, Sangue Baiacu e Quadrinhos”, do curitibano Paulo Biscaia Filho e que custou R$ 126 mil. “O filme ficou caro assim porque utilizou muitos efeitos especiais”, diz o diretor, que pretende exibir o longa nas salas Arteplex de São Paulo. As informações são do Jornal da Tarde.

Mostra Cinema de Bordas. De amanhã a domingo. Grátis. Sala Itaú Cultural (247 lugares). Av. Paulista, 149. Tel. (011) 2168-1776. Programação completa: www.itaucultural.org.br. 14 anos.

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