O Amazonas Film Festival chega à sua 6ª edição com boas atrações – tanto no que se refere aos concorrentes como aos convidados. É bom que se diga de entrada: trata-se de um evento à parte no exaustivo calendário de festivais brasileiros (mais de 200 contabilizados, e o número não para de crescer).
Como se realiza na Amazônia, coloca sua ênfase em três termos – aventura, natureza e meio ambiente. Busca filmes que correspondam, mais ou menos, a essa temática bastante ampla. E, como se trata de uma região conhecida no mundo todo, não tem tido dificuldades em atrair estrangeiros curiosos de conhecer Manaus e a selva.
Desse modo, se as sessões se realizam no Teatro Amazonas, construído no ápice da era da borracha, os atrativos se estendem para além das fronteiras de Manaus: os passeios rumo ao encontro das águas dos Rios Negro e Solimões e o pernoite em um hotel construído em plena selva, com direito a macaquinhos que vêm comer nas mãos dos turistas e visita ao boto cor-de-rosa.
Tudo isso faz parte do Amazonas Film Festival, que já trouxe ao Brasil gente como Roman Polanski e Claudia Cardinale. Este ano, a lista de convidados inclui o norte-americano John McTiernan (de “Duro de Matar”), a atriz espanhola Elena Anaya (de “Lucia e o Sexo”), a francesa Clotilde Courou (de “Piaf”), além do diretor inglês Hugh Hudson, de “Carruagens de Fogo”. Pelo Brasil, estarão presentes, entre outros, Lúcia Murat e Milton Gonçalves.
Carlos Manga, o grande diretor da Atlântida, seria homenageado como presidente de honra desta edição, mas um acidente doméstico (fraturou a bacia) o impede de viajar. Logo no início do festival será exibida sua chanchada clássica “O Homem do Sputnik”, em telão montado no Largo de São Sebastião. Enquanto isso, em frente, no interior do Teatro Amazonas, será mostrado o filme de abertura “Antes Que o Mundo Acabe”, de Ana Luiza Azevedo.
A mostra competitiva de ficção terá oito filmes, entre eles o brasileiro “Em Teu Nome”, de Paulo Nascimento, que concorre com sete títulos estrangeiros. “The Road”, de John Hillcoat, tem Viggo Mortensen no elenco e competiu em Veneza. Além dele, “Garimpeiro” (Orpailleur), de Marc Barrat, “Frontier Blues”, de Babak Jalali, “The Gift to Stalin”, de Rusten Abdrashov, “Whisper With the Wind”, de Shaharam Alidi, “City of Life and Death”, de Lu Chuan, e “Samson & Dalilah”, de Warwick Thornton, chegam cercados de boas indicações.
O Amazonas Film Festival promove também seu concurso de documentários, com nove títulos concorrendo aos prêmios. Entre eles, o brasileiro “A Árvore da Música”, de Otávio Juliano, sobre a extinção do pau-brasil.