Foram quatro minutos de excitação plena, e outros 40 de expectativas frustradas. Marcelo Adnet estreou seu Adnight, na quinta-feira, 25, com a missão de subverter o padrão Globo, desconstruir a imagem de alguns medalhões da casa, e provocar o riso do público. Mas nada disso aconteceu.
A abertura, muito bem executada, foi o ponto alto da atração. Adnet encenou um treino de boxe sob a orientação de Marília Gabriela, que engatou um jogo de perguntas rápidas.
A caminho do ringue (palco), encontra Pedro Bial, que o cobre de frases motivacionais, bem ao estilo ‘eliminação do BBB’. Prestes a entrar na arena, é anunciado, em inglês, por Joel Santana. O apresentador começa a sua ‘luta’ com um rápido e sagaz número de stand-up. Por fim, anuncia seu primeiro convidado.
Entra Galvão Bueno, seu escolhido para ‘pagar micos’. Segundo o próprio narrador, em seus 42 anos de televisão, nunca enfrentou situações tão embaraçosas como as que foi submetido. São elas: responder a um quiz, pisotear uvas, dançar tango e disputar uma corrida de carrinhos infantis.
A imagem de Galvão não foi desconstruída. Descobrimos que ele gosta de carne malpassada, que sabe dançar tango e que já esteve em mais de 60 países, mas nunca foi ao Egito.
Tampouco fez rir
Prova disso é o uso da claque, desmascarada em uma cena em que o áudio expõe gritos frenéticos, mas uma falha mostrou a plateia calada e estática. Nas redes sociais, sim, houve muito barulho. Um coro de reclamações e meia dúzia de elogios.
Concebido como anárquico, Adnight não ultrapassou a empolgação de um bingo em festa junina. Marcelo Adnet é capaz de ir muito além. Ainda há 12 episódios para comprovar que é um dos melhores humoristas de sua geração.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.