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Com Beyoncé, Vogue tem sua primeira capa fotografada por um negro

A última das grandes publicações de moda do mundo a revelar sua edição de setembro, a Vogue norte-americana (confirmando os boatos) vem estrelada por Beyoncé em registros do jovem fotógrafo Tyler Mitchell, de 23 anos, um dos mais novos na história da publicação e o primeiro negro a assinar uma capa da revista em 125 anos.

Foi uma escolha do própria cantora, que veste grifes como Louis Vuitton, Valentino, Gucci e Dior no ensaio, acompanhado de um texto em primeira pessoa em que ela discorre sobre experiências pessoais.

Entre elas está a ansiedade de recuperar o físico depois da primeira gravidez, a autoaceitação das curvas e de seu corpo como ele era depois do nascimento dos gêmeos, ancestralidade e seu histórico familiar, os altos e baixos enfrentados na vida e na carreira, e a vontade que tem de incentivar uma nova geração de talentos, especialmente negros como o jovem Mitchell.

“É importante que eu possa ajudar a abrir portas para artistas mais jovens”, escreve a cantora. “Há tantas barreiras culturais e sociais a vencer que gosto de fazer o possível para elevar o nível do jogo, apresentar um ponto de vista diferente para pessoas que podem achar que suas vozes não importam”, continua.

“Se pessoas em posições poderosas continuarem a contratar apenas quem se pareça com elas, soe como elas, venha dos mesmos bairros onde cresceram, elas jamais terão um entendimento maior de experiências diferentes das suas próprias”, afirma. “A beleza das redes sociais é que elas são completamente democráticas. Todo mundo tem algo a dizer . Todas as vozes contam”, conclui.

Perfil

Criado num subúrbio de Atlanta, Tyler Mitchell foi iniciado no mundo da fotografia por meio de registros a cena do skate local. Na nona série, adquiriu sua primeira câmera, uma Canon Digital SLR. Tendo como referência o trabalho do diretor Spike Jonze e aprendendo por meio de tutoriais de internet, passou a editar esses vídeos. “Eu definitivamente sou da geração YouTube”, declara à Vogue.

Os passos seguintes foram gravar videoclipes para rappers independentes e organizar um portfolio no Instagram, postando trabalhos que fazia sob encomenda para marcas, como Marc Jacobs e Converse, assim como a revista Vogue. “Por muito tempo, pessoas negras foram consideradas coisas”, diz. “Fomos coisificados fisicamente, sexualmente, emocionalmente. Com meu trabalho procuro revitalizar e elevar o corpo negro”, declara.

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