Coletiva incentiva novos artistas

O Era só o que faltava lança a nova edição do Projeto Parede, mostra de artes visuais renovada a cada dois meses pela casa. Com a curadoria, organização da artista plástica e assistente do Ybakatu Espaço de Arte, Débora Santiago, o projeto apresenta uma exposição coletiva com artistas recém-formados do curso de Artes Visuais da UFPR. Ana Paula Lopes, Andressa Schröder, Danielle Boldt, Diele Pedroso, Gheysa Marques, Larissa Voigt Pereira, Leandro de Almeida, Patrícia Stuart, Susana Tadei e Thais Salem vão exibir diversas técnicas em vídeos, grafites, fotografias, pinturas e colagens que estarão distribuídos em todos os espaços da casa.

Entre as obras, destaque para Larissa Pereira, que exibe a Impossibilidade em preto e branco, desenho realizado em canson A4 com caneta hidrocor Stabilo preta. A imagem projetada na parede consiste em um emaranhado de hastes que remetem a formas orgânicas, como plantas trepadeiras, mas são formas planas que geram volume e que adquirem autonomia de linha.?Neste desenho existe um fluxo e um conflito, que não dependem nem de um começo, nem de um fim. Eu questiono a linguagem da pintura e o desdobramento do desenho em função da pintura?, revela Sally.

Diversas técnicas de arte
são exibidas nos espaços da casa.

Andressa Schröder faz uma pintura em uma das paredes em nanquim aguado escorrido. A artista faz os desenhos sobre papel e os escorridos seriam, então, o resultado de todo o processo, inclusive da retirada do papel. Neste ano, Andressa participou das exposições ?Desfocado? e ?Cidade Incluída?. Susana Tadei vai exibir uma série de desenhos produzidos sobre papel de fax (papel sensível ao calor), onde a imagem é construída com um secador de cabelo.

Leandro de Almeida apresenta o trabalho R.Mutt 1917 2006, tinta acrílica a partir de stencil sobre objetos, que também está impresso no convite da mostra. A obra pode ser entendida como uma releitura do trabalho conceitual presente em A fonte, de Marcel Duchamp. É construído a partir de um stencil, ?instrumento? comum na linguagem cultural urbana, sua impressão é destituída de autoria e singularidade por ser quase mecânica e reproduzida em série. ?É a mudança de contexto, pois aquilo que surgiu a partir do contexto utilitário e recebeu valor estético por estar no museu, agora volta ao mundo utilitário, urbano e globalizado, procurando formas de determinação de valor estético a partir de novas tomadas de posição em relação à realidade?, comenta Leandro.

Thais Salem apresenta uma série de fotos feitas com a técnica do fotograma (sem negativo). A partir da experimentação da técnica de fotogramas – um fotograma de penas – propõe uma série de novos recortes que evidenciam os contrastes entre preto e branco, linhas e massas, finalizando em uma valorização compositiva. Além disso, esses recortes feitos, a partir do aumento, inversão e diferentes enquadramentos da imagem inicial digitalizada, possibilitam inúmeras novas combinações. Outros recortes de seus fotogramas foram expostos, inicialmente, na exposição ?Cidade Incluída?, realizada no Departamento de Artes da UFPR, no mês passado.

Gheysa Marques coloca recortes adesivos sobre os vidros do espaço de shows e Ana Paula Lopes fez alguns grafites com stencil pelo bar. Já Patrícia Stuart apresenta uma série de desenhos também em grafite. Para encerrar, Diele Pedroso exibe fotografias a partir de uma instalação com seqüência de objetos.

Projeto Parede

A arte deve ser bela e útil. O Projeto Parede nasceu, como o próprio nome diz, nas paredes do Era só o que faltava, em abril de 2002, com uma exposição de desenhos de Luciano Boletti.

Serviço:

Curadoria e organização: Débora Santiago, no Era só o que faltava (Av. República Argentina, 1334). Temporada: 2 meses; Horário: a partir das 18h; Informações: (41) 33420826.

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