Um grande intérprete e compositor unido a um dos maiores nomes da música popular brasileira. Isto só poderia dar em samba. E dos bons. Assim é a coletânea Viva Noel-Tributo a Noel Rosa, com a organização de Ivan Lins, relançado este ano. O box com três CDs foi lançado originalmente em 1997 para marcar os sessenta anos de morte de Noel Rosa. Grandes sucessos, a competência de Ivan Lins e participações especiais fazem desta obra uma oportunidade única para apreciar as riquezas que o compositor deixou para a música brasileira.
Mesmo quem não conhece profundamente a vida e a obra de Noel Rosa vai cantarolar clássicos como Fita amarela, Pierrot apaixonado, Palpite infeliz, Pastorinhas, Conversa de botequim, Adeus, Com que roupa?. Estes são exemplos do vasto número de composições que Noel Rosa deixou e que, mesmo depois de tanto tempo, continuam encantando os apaixonados pelo samba e pela música popular brasileira.
A coletânea Viva Noel-Tributo a Noel Rosa reúne 40 músicas consagradas e mais cinco músicas inéditas: Cara ou coroa, Mais um samba popular, Coração, Século de progresso e Nega. As músicas foram gravadas por Ivan Lins com participações especialíssimas de Chico Buarque, Caetano Veloso, Emílio Santiago, Nana Caymmi, Leila Pinheiro, Zeca Pagodinho, MPB-4, Nélson Sargento, Boca Livre e Fundo de Quintal, entre outros nomes de expressão do cenário musical do Brasil.
A essência da obra de Noel Rosa foi preservada neste trabalho, mas Ivan Lins inseriu as composições em arranjos mais modernos. Enganou-se quem pensa que as composições soariam velhas porque foram escritas nas décadas de 1920 e 1930. As letras bem feitas e que continuam retratando a vida brasileira ganharam uma nova roupagem. São antigas, mas permanecem atuais.
As gravações mostram a genialidade do compositor, que preferiu a vida boêmia à faculdade de medicina e que morreu cedo, aos 26 anos. Lins já declarou que este tributo é mais uma prova de que o Brasil produz a mais rica, bela e criativa música do planeta.
Noel Rosa nasceu em Vila Isabel, no Rio de Janeiro, em 1910. Desde cedo, mostrou grande aptidão para o humor, para o relato do cotidiano urbano e da realidade nua e crua. Foram mais de 200 composições de um gênio que viveu apenas até os 26 anos.
Os sambas de Noel Rosa foram interpretados por grandes cantores e tocavam muito nas rádios. Mas depois de sua morte, sua obra ficou no esquecimento. Foi redescoberta na década de 1950, quando Aracy de Almeida lançou dois álbuns com as músicas o compositor. Desde então, Noel Rosa tem do seu lugar reservado entre os maiores nomes da nossa música.