Não se engane com o sorriso encantador, o olhar penetrante e a sensualidade de Francis, personagem de Cleo Pires no filme Operações Especiais. Quando a moça pega numa arma e decide fazer justiça, ninguém a segura. “Durante a preparação, tivemos duas semanas intensas na Academia Estadual de Polícia Sylvio Terra (Acadepol). Eu já tinha atirado antes, mas nunca tinha feito aula de tiro. Também nunca tinha feito aula de progressão, invasão, de montar e desmontar uma arma e foi tudo uma delícia. Se dependesse de mim, eu ia pra lá atirar todos os dias”, brinca Cleo, que é colecionadora de armas brancas.
No longa nacional, que entrou em cartaz na semana passada e continua em algumas salas de cinema de Curitiba, e tem direção e roteiro de Tomás Portella, Francis é uma recepcionista de hotel de luxo que presta concurso para a Polícia Civil. Ao ser aprovada, ela faz o curso de habilitação, demonstra talento e logo é enviada para uma missão em uma cidade do interior do Rio de Janeiro. Mas, na prática, ela rapidamente descobre que tão difícil quanto lidar com criminosos e a pressão de cada operação é enfrentar as desconfianças e o machismo de seus colegas de trabalho.
“Durante a preparação, eu conheci muitas mulheres que trabalham na polícia. Algumas contaram que foram vítimas desse tipo de machismo. Outras disseram que nunca passaram por isso. Eu acho que há muito tempo a gente vem ganhando espaço. Mas é um processo e ainda falta muito. De certa forma, o Brasil ainda é um país machista, mas o mundo como um todo está mudando e fico muito feliz com isso”.
Conhecida por sua personalidade forte, Cleo diz que se estivesse no lugar de sua personagem enfrentaria tudo e todos para conquistar seus objetivos. “Eu me considero uma mulher de atitude. É difícil dizer se suportaria o que a Francis passa porque só vivendo para saber, mas a princípio acho que sim. Penso que se fosse para conquistar algo que eu quisesse muito, eu ia seguir naquela ideia. Até porque, quando eu decido fazer algo, costumo persistir até chegar aonde eu quero”.