O ator e diretor Claudio Botelho solicitou, por meio de seu advogado, Edu Sena, ao Sesc Paladium, de Belo Horizonte, a liberação de imagens captadas por uma câmera instalada próximo da entrada do camarim utilizado por ele na noite de sábado, 19, durante a apresentação da peça Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos. “Queremos identificar a pessoa que gravou anonimamente minha conversa com a atriz Soraya Ravenle. Essa pessoa será processada por dolo”, disse.

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Botelho refere-se a uma nervosa conversa que travou com Soraya, no camarim, após a interrupção do espetáculo. O incidente ocorreu depois que parte da plateia, descontente com comentários negativos contra a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula proferidos improvisadamente pelo ator, interrompeu a peça sob gritos de “Não vai ter golpe”.

A reação foi contra duas frases do ator, que mencionava a “prisão de um ex-presidente” e a de “uma presidente que é ameaçada por impeachment”. Com parte da plateia inconformada, o espetáculo foi interrompido e, no camarim, Botelho e Soraya travaram uma acalorada discussão – enquanto a atriz dizia que ele agira de forma errada, provocando o público, Botelho respondeu que “o artista no palco é um rei”.

A conversa foi gravada sem que eles percebessem e, em um determinado momento, Botelho disse que não podia ser interrompido “por um nego, por um filho da p… da plateia”. Diversos sites, porém, divulgaram que o ator teria falado “negro”, o que também gerou uma série de acusações racistas na internet. “Eu falei ‘nego’, que é uma gíria muito usada no Rio quando se quer falar ‘cara’, ou seja, sobre alguém indeterminado.”

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Botelho lamentou não ter conversado diretamente com Chico Buarque que, graças ao incidente, proibiu o uso de suas canções nas próximas montagens de Botelho. “Uma pena ele não ter ouvido minha versão”, conta o ator que, apesar dos problemas, foi confortado pela manutenção de apoio de quatro patrocinadores, que dizem manter seus investimentos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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