Cláudia Abreu volta à telinha como uma ex-menina de rua

Cláudia Abreu é do tipo que só faz o que quer. Foi assim, por exemplo, quando recusou o convite para interpretar a Sol de América – preferiu dedicar um tempo à família. E foi por seguir seus impulsos que ela quis interpretar a Vitória, em Belíssima, nova trama das oito da Globo escrita por Sílvio de Abreu. Uma explicação tanto para rejeitar a Sol quanto para aceitar a Vitória está no fato de a atriz preferir os personagem fortes aos lacrimosos – são pouquíssimas as heroínas românticas que interpretou até hoje. E mesmo que o temperamento de Vitória seja de uma incomum leveza, terá também uma determinação à qual Cláudia Abreu já se acostumou. "O interessante é que ela tem a suavidade da mocinha sem a passividade", analisa.

Na nova trama, Cláudia será uma ex-menina de rua que se casa com um "figurão" endinheirado e, por isso, atrai a fúria da avó do rapaz. Mas o papel que, à primeira vista pode parecer o de uma clássica mocinha, é, segundo a atriz, mais complexo. Principalmente pelas contradições trazidas pela menina pobre que fica rica, pela mulher forte, mas não embrutecida.

Além dessas nuances de Vitória, outros argumentos da produção seduziram a atriz. Caso, por exemplo, do elenco estelar, que inclui figuras como Lima Duarte, Tony Ramos e Fernanda Montenegro que fará a tal avó com quem Cláudia promete travar tensos conflitos. Um mimo, porém, foi decisivo para que a atriz aceitasse o papel: um convite do próprio autor. "Eu tive vontade de fazer a Vitória antes mesmo de ter lido qualquer coisa, só pelo convite do Silvio. Há anos a gente estava querendo trabalhar juntos", derrete-se.

 Acostumada a interpretar personagens marcantes – foi assim, entre outras, com a Clara, de Barriga de Aluguel, a Heloísa, da minissérie Anos Rebeldes, e a Olívia, de Força de um Desejo -, Cláudia confessa que esperava muito por um personagem que se distanciasse de Laura, de Celebridade, sua última novela. E mesmo admitindo que a ardilosa vilã da trama de Gilberto Braga tenha sido um dos papéis mais importantes de sua carreira – e justamente por isso -, a atriz sentia a necessidade de deixá-la no passado. "Depois de um personagem forte como a Laura, há uma ressaca. É tão intenso que você sente como se estivesse cansada não só do personagem, mas de si mesma", desabafa.

Se, mesmo com todos os apelos, Cláudia Abreu ainda hesitasse em aceitar a personagem, um último e irresistível argumento dificilmente seria desprezado: a chance de estabelecer um contato mais íntimo com a cultura grega. O país-berço da civilização ocidental será mostrado na trama através de personagens como Nikos Petrakis, interpretado por Tony Ramos, e Katina Güney, de Irene Ravache. E propiciou a diversos atores da novela, Cláudia inclusive, a nada desagradável tarefa de passar pouco mais de um mês gravando em paradisíacas paisagens gregas. "A gente ficou quase o tempo todo na ilha de Santorini e em Milos, mas gravamos também em Atenas. Tudo lá é impressionante, o Mar Egeu é imponente, as ruínas…", recorda a atriz, que é estudante de Filosofia.

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