No centenário de Carmen Miranda, o estilo que mais a tornou popular ensaia um renascimento. Postas de canto pelo samba-enredo desde os anos 80, quando João Roberto Kelly – que continua compondo – emplacou o ‘Maria Sapatão’ e ‘Bota a Camisinha’, as marchinhas têm sido redescobertas, como provam os blocos de rua do carnaval carioca e o musical de teatro ‘Sassaricando’.

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E nova safra de compositores tem se dedicado a compor marchinhas e algumas começam a ser cantadas pelos foliões ao lado de clássicos como ‘Taí’, a marchinha de Joubert de Carvalho que fez a Pequena Notável despontar em 1930.

A principal vitrine desses novos compositores tem sido o concurso da Fundição Progresso, na Lapa, no Rio, que acaba de encerrar sua quarta edição, com divulgação do programa ‘Fantástico’ e a vitória da irônica Bendita ‘Baderna’, de Edu Krieger, de 33 anos, filho do maestro e compositor de vanguarda Edino Krieger.

Mas não são apenas os cariocas que estão marchando, não. Krieger observa que, na Bahia, sob o nome de “galope”, existe uma variante mais percussiva da marchinha; e dá como exemplo ‘Quer Andar de Carro Velho, Amor, Que Venha’, da Banda Eva.

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Também em São Paulo há um endereço, o Avenida Club, que há sete anos organiza um carnaval com a Super Banda Koisa Nossa, que neste ano homenageia o veterano José Costa, de 80 anos, autor da ‘Marcha do Caneco’ (“Chegou a turma da alegria/ chegou a turma do funil”) e de muitas outras.

“Alegria na melodia e gozação na letra”, segundo o historiador Zuza Homem de Mello, são as características básicas da marchinha, mas por isso há uma falsa impressão de que não tinham muita qualidade musical. Também nas marchinhas a tristeza é senhora. Ou uma velhinha bem animada.

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