Ano novo, filme novo, certo? Nem tanto. A primeira grande atração nos cinemas brasileiros em 2009 é o remake do longa-metragem O dia em que a Terra parou (The day the Earth stood still), clássico da ficção científica de 1951, que recebeu o mesmo título para a versão que estreia amanha nos cinemas. Porém, para adaptar-se aos temas e públicos atuais, houve algumas mudanças no roteiro.
Se no original o embaixador alienígena Klaatu vinha para nos alertar do perigo das guerras e de levá-las ao espaço (lembrando que nessa época o mundo vivia sob a tensão da Guerra Fria entre Estados Unidos x União Soviética, e que as corridas espaciais estavam no seu início), agora Klaatu (Keanu Reeves), auxiliado pela criatura gigante e indestrutível conhecida como Gort (no original, um robô), sentenciou a espécie humana à extinção da face do planeta.
Motivo: Klaatu se decepciona várias vezes com os humanos ao se deparar com o uso desenfreado de armas de fogo. E, por isso, ele faz um alerta: a Terra será destruída caso os seus habitantes não mudem essa postura. Cabe à cientista Helen Benson (Jennifer Connely) convencer o nosso algoz de nos dar o benefício da dúvida e de uma segunda chance. A trama nasceu do conto Farewell to the master, publicado em 1940 por Harry Bates.
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| Keanu Reeves vive o alienígena Klaatu, que se decepciona com os humanos. |
Dirigido por Scott Derrickson (O exorcismo de Emiliy Rose), o filme é recheado de bons efeitos visuais e de rostos famosos, que por si só garante a ida do espectador ao cinema. O atual O dia em que a Terra parou esqueceu de um princípio básico para se fazer um bom filme (no caso, um bom remake): um bom roteiro. Em determinados momentos, fica confuso entender os motivos que norteiam Klaatu e o que o alienígena espera da humanidade para que possa se redimir ante o mal que causam. Além disso, custa acreditar que algumas lágrimas e uma rápida conversa com um vencedor do Prêmio Nobel (no original, o personagem tinha destaque e aqui ficou relegado a uma ponta) pudessem questionar 70 anos de observação dos extraterrestres.
Jaden Smith, filho do astro Will Smith, também está no elenco como Jacob Benson, o enteado “meio mala” de Helen Benson.
Já os protagonistas (Reeves e Connely) desempenham seus papéis de maneira apenas correta. Reeves, como o alienígena, consegue passar os 103 minutos do filme com a mesma expressão facial. Contudo, isso é um ponto positivo, pois parte-se do princípio que Klaatu é uma extraterrestre que possui um corpo humano, mas que não compartilha das nossas emoções.
Com o objetivo de passar uma mensagem otimista de que todos devem cuidar bem da terra onde vivemos, O dia em que a Terra parou acaba sendo um bom passatempo para quem está sem muito o que fazer nestas férias de janeiro.
