Desde o mês de setembro, a Cinemateca de Curitiba voltou a receber grande público e melhorou sua taxa de ocupação. O curitibano está redescobrindo o espaço após as mudanças na programação, que incluem a exibição de títulos do acervo e mostras de filmes destaques em festivais internacionais. Nas exibições de Ran, de Akira Kurosawa e de Fitzcarraldo, de Werner Herzog a ocupação da Cinemateca ultrapassou 80% de sua capacidade.
A nova fase é o retorno do elo com o público da cidade. O aposentado José Inácio Monet, de 64 anos, aprovou a mudança. Depois de anos, decidiu voltar ao espaço após ler matéria no Guia Curitiba Apresenta sobre a Mostra de Cinema Atual Espanhol. ‘‘Minha família é de origem basca e fiquei bem curioso para ver um filme produzido na região’’ afirma. O aposentado se diz contente com as exibições de clássicos e que pretende voltar mais vezes a partir de agora.
O presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Marcos Cordiolli, diz que um dos principais objetivos da Cinemateca é ser uma vitrine de tendências recorrentes nos principais festivais nacionais e internacionais. O espaço também pretende ir além das exibições com o cultivo da produção cinematográfica no Paraná. “O realizador local deve enxergar a Cinemateca como sua sala de cinema primordial, onde poderão ser realizadas sessões dos copiões de seus filmes, cabines para a imprensa, coletivas, pré-estreias e debates.”
Por meio de mostras étnicas culturais firmadas em parcerias com institutos de idiomas como Cervantes e Aliança Francesa, o espaço deseja divulgar a cultura cinematográfica de diferentes países. A estudante Solange Ventura, de 22 anos, é frequentadora assídua da Cinemateca. ‘‘Moro aqui no Centro, então sempre que posso apareço para as exibições’’ explica. Solange acredita que o espaço esta com mais novidades e que o público deve aproveitar a oportunidade de ver filmes de qualidade com entradas acessíveis.
Outro destaque da nova programação são as sessões destinadas a valorizar os clássicos do acervo. De acordo com Cordiolli, as exibições tem a missão de fidelizar o público.
Erolo Souza Santos, de 34 anos, é corretor de imóveis e veio do Campo Comprido para conferir a Mostra de Cinema Atual Espanhol. Depois de ver os filmes em exibição, no site da Fundação Cultural de Curitiba, decidiu pegar uma sessão. ‘‘Fazia tempo que não vinha, mas gostei da programação com filmes diferentes’’ complementa.