Transformar a telona em um verdadeiro álbum de fotografias é o que se propõe o projeto curitibano Mostra Caixola, que apresenta as sessões de premiação de sua terceira edição neste final de semana.
Hoje, a partir das 19h, acontece a cerimônia de premiação e a exibição dos cinco melhores trabalhos da mesma categoria. Os três primeiros lugares receberão prêmios em dinheiro.
O objetivo da Mostra Caixola, que procura incentivar a produção de narrativas audiofotográficas, é utilizar uma sequência de imagens estáticas que são exibidas com o suporte de algum tipo de áudio – seja uma música, uma fala ou ainda algum barulho aleatório.
Ao contrário dos filmes, em que imagens estáticas são exibidas rapidamente para dar ideia de movimento na cena, o objetivo da Mostra é fazer com que os espectadores apreciem cada um dos fotogramas projetados.
O projeto selecionou dez dentre 40 trabalhos de fotógrafos profissionais e amadores de todo o Paraná inscritos na categoria Livre, cujo tempo de exibição é de no máximo quatro minutos.
Os trabalhos foram avaliados por uma comissão julgadora em duas categorias competitivas: Acadêmica e Livre, nas quais os inscritos são os autores tanto das fotos quanto da edição final do trabalho.
A Mostra Caixola conta ainda com a categoria Montagem, não-competitiva, em que os participantes podem utilizar imagens feitas por outras pessoas para criar o projeto.
A mostra não exibirá apenas os trabalhos da categoria Montagem, devido ao baixo número de inscritos. Nesta categoria, não são exatamente os fotógrafos os autores das imagens, já que constituem suas narrativas com arquivos, acervos, e até álbuns de família.
De acordo com o coordenador da mostra, André Zielonka, fazem parte da mostra trabalhos de pessoas das mais diversas vertentes da fotografia, que vão desde fotógrafos artísticos, passando por fotojornalistas até profissionais de fotografia comercial e publicitária.
Na mesma proporção, os assuntos variam em uma perspectiva mais contemporânea. “A mostra é um espaço para discutir nova forma de explorara e projetar a fotografia. Trata-se de uma oportunidade única de apreciar essa nova forma de leitura fotográfica”, afirma Zielonka.
Para esta edição, o coordenador da mostra revela que serão utilizados os recursos Full-HD, o que deve permitir uma maior qualidade da imagem gerada durante a projeção.
Os participantes concorrem a prêmios que vão de R$1.000 a R$2.000, além de equipamentos como máquina fotográfica, notebook e um computador. Além da premiação oficial, por meio de votação, o público também poderá escolher a melhor narrativa da mostra. O escolhido ganhará um troféu e um certificado.
A ideia da Mostra Caixola surgiu em 2004, quando o fotógrafo e professor universitário André Zielonka discutia com colegas sobre os rumos da fotografia e as novas possibilidades dessa linguagem.
Foi nessa época que Zielonka – coordenador da Mostra – tomou conhecimento do projeto Magnum in motion, que cria essas narrativas usando sons e imagens, inclusive de fotógrafos consagrados como Henri Cartier-Bresson, um dos fundadores da agência Magnum.
A iniciativa chamou a atenção do Ministério da Cultura, que contemplou a iniciativa com o Prêmio Pontos de Mídia Livre. Foram mais de 400 projetos de todo o Brasil inscritos no edital.
O objetivo era premiar iniciativas de comunicação participativa que promovem interatividade com o público. Neste ano, o evento conta com a parceria da UniCultura – Universidade Livre da Cultura, uma ONG dedicada à pesquisa, produção e promoção cultural.
Serviço
3.ª Mostra Caixola – narrativas audiofotográficas. Hoje, às 19h e 20h30; e amanhã, às 19h, na Cinemateca (Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1174). Informações: www.mostracaixola.com.br e (41) 3023-2008. Entrada franca.