Cinema perde seu maior ?cafajeste?

O ator Jece Valadão, 76, faleceu ontem no Hospital Panamericano, em São Paulo, em seu sexto dia de internação na UTI da instituição. O ator deu entrada no Hospital Modelo com insuficiência respiratória aguda na terça-feira (21) passada e foi transferido para o Panamericano no mesmo dia. Segundo o boletim médico divulgado na tarde de ontem, o paciente tinha apresentado uma piora do quadro geral, com instabilidade hemodinâmica e comprometimento da função renal. Iniciou processo de hemodiálise e reintrodução de drogas vasoativas para manutenção da pressão arterial.

A nota informou que após alteração do ritmo cardíaco (arritmia cardíaca), foi realizada tentativa de reversão do quadro, sem sucesso. O óbito, diz a nota, foi declarado às 17h20. Natural de Cachoeiro do Itapemirim (Espírito Santo), Jece Valadão, conhecido como o maior cafajeste do cinema nacional por seus papéis, participou de mais de cem produções (filmes, novelas e séries), seja como ator, diretor ou autor.

Entre os filmes mais recentes estão Garrincha – Estrela solitária (2003), Em nome de Jesus (2003) e O cangaceiro (1997). Na TV, fez participações especiais nos seriados Sob Nova Direção e A Diarista e na novela Bang Bang. Valadão tem um filho com a atriz Vera Gimenez, o também ator Marco Antonio Gimenez, intérprete do Urubu, de Malhação, da Globo. O ator, que passou por seis casamentos, tem outros oito filhos, quatro reconhecidos e quatro assumidos por outros homens. Recentemente, gravou um documentário (O Evangelho Segundo Jece Valadão) sobre a própria vida, em que diz ter se arrependido por ter sido um pai ausente e conta como a religião o transformou.

Após uma agitada vida com mais de 100 filmes – seja como ator, produtor ou diretor -Valadão se converteu evangélico há 10 anos. Em entrevistas recentes disse que apesar de sofrer com a tosse, a diabetes e a visão, ?ainda é machão??. Em uma entrevista à revista IstoÉ Gente, há um ano, perguntado sobre a qualidade de seus filmes, ele concedeu uma resposta que deve ser lembrada por todos que eram seus fãs e também serve como a lição de sua vida. ?Nunca fiz pornochanchada, que é o sexo sem razão de ser. Fiz comédias urbanas eróticas baseadas na literatura. Não renego ou reprovo nada que fiz, mas não repetiria certas coisas. Bebia um litro de uísque numa sentada. O Jece Valadão morreu dez anos atrás e eu renasci espiritualmente??.

* Com informações da Folha Online e do arquivo.

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