Abel Ferrara não tem fama de ser dos entrevistados mais dóceis. Fazendo jus à sua cinematografia, o diretor de filmes como “Vício Frenético” é uma figura surpreendente. Em conversa com a reportagem na semana passada, por telefone de Nova York, onde nasceu e mora, questionou tanto quanto foi questionado. Às vésperas de embarcar para o Brasil pela primeira vez, onde ganha mostra inédita, contou que espera, além de uma “experiência mágica”, encontrar produtores e distribuidores para, quem sabe, coproduzir e distribuir seus filmes no País.
É assim, de forma despudorada e incisiva que este nova-iorquino do Bronx lida com o mundo, o cinema e, claro, as pessoas. “Abel Ferrara e a Religião da Intensidade”, mostra que o CCBB promove neste mês e em maio, é rara oportunidade para ver ou rever os longas que fizeram dele o mestre de um cinema imperfeito, mas sempre intenso.
A maratona cinéfila começa nesta terça em Brasília, passa pelo Rio (17 a 29) e chega a São Paulo dia 25, onde permanece até 6 de maio. Ao todo, serão 24 longas, incluindo “Vício Frenético”, “O Rei de Nova York” e “O Enigma do Poder”, três curtas e dois episódios da série “Miami Vice”. Ferrara, que se prepara para rodar em junho seu novo filme, participará de debates com o público nas três capitais. Entre vários assuntos, quer falar de seu atual projeto, uma série para a internet: Pizza Connection (www.vicetv.com). Mais que fazer “só cinema”, para ele o importante contar uma boa história.
Ferrara é um dos mais controversos e polêmicos diretores do cinema contemporâneo. Explora como poucos o universo dos dramas humanos permeados por realidades violentas, em que policiais corruptos, assassinos psicóticos, vítimas com sede de vingança, viciados, traficantes e até religiosos vivem histórias de vingança, suspense, superação, sexo e amor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Abel Ferrara e a Religião da Intensidade – CCBB (Rua Álvares Penteado 112). Tel. (011) 3113-3651. R$ 4. De 25/4 a 6/5.