Cine PE dá a largada com o humor de ‘Giovanni Improtta’

Cada grande festival brasileiro tem seu perfil. A Première Brasil, no Festival do Rio, é a grande vitrine, nacional e internacional, do cinema no País. A Mostra de Tiradentes revela o cinema autoral, de invenção. Brasília – até por ocorrer na capital que abriga o centro do poder, é o festival político. Gramado anda em crise de identidade. Durante muito tempo cedeu ao glamour do tapete vermelho, hoje busca privilegiar o cinema autoral. E Recife, onde começa o Cine PE, é a grande vitrine do público.

As sessões no gigantesco Cine-Teatro Guararapes abrigam milhares de espectadores. Existem casos de filmes que não fazem, nas salas, o público de uma única exibição no Recife. O festival que começa nesta sexta-feira faz homenagens importantes – ao futebol, por meio do cinejornal “Canal 100”, e a duas personalidades fulgurantes. Sílvio Tendler realizou grandes documentários (“Os Anos JK”, “Jango”) que foram estrondos de bilheteria. Marieta Severo, uma das atrizes mais completas do Brasil – em todas as mídias, cinema, teatro e televisão -, também ganha um Calunga especial por sua carreira.

Toda essa festa de futebol e cinema começa com o longa de estreia do ator José Wilker como diretor. Na TV e nos filmes, como ator, no teatro também como diretor, Wilker é multimídia. Com Sônia Braga, coestrelou “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, de Bruno Barreto, que foi, até o fenômeno “Tropa de Elite”, o maior êxito de público do cinema no País. Também estrelou o maior êxito internacional de Cacá Diegues, “Bye Bye Brasil”. A Luz Mágica, empresa de Cacá, coproduz “Giovanni Improtta” e o diretor está no filme como ator.

O personagem-título é uma criação de Aguinaldo Silva, primeiro em livro e depois na novela “Senhora do Destino”, de 2004. Contraventor que sonha com a ascensão social, ele vê nas negociações de bastidores para a legalização dos cassinos a possibilidade de chegar lá. O próprio Wilker repete seu personagem da TV, ao lado de Andrea Beltrão, Hugo Carvana, Felipe Camargo, Othon Bastos e Jô Soares. Se todos forem à estreia, o Guararapes vai estremecer esta noite. O festival termina dia 2 com a exibição, fora de concurso, de “Os Sonhos de Um Sonhador”, de Caco Milano, sobre o cantor Frank Aguiar. Entre esses extremos, o Cine PE apresenta 39 filmes – 12 longas e 27 curtas. Entre os longas, “Vendo ou Alugo”, de Betse de Paula; “Mazzaropi”, de Celso Sabadin; e “Bonitinha, mas Ordinária”, de Moacyr Goes, baseado na peça de Nelson Rodrigues. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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