Quando Billions estreou em 2016 no canal norte-americano Showtime, parecia pouco provável que ela teria vida longa. Os diálogos rápidos sobre operações complexas do mercado financeiro eram pouco acessíveis ao grande público e a impressão após os primeiros episódios era que se tratava de uma série de nicho.

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Mas a química entre Paul Giamatti (Chuck Rhoades) e Damian Lewis (Bobby Axelrod) falou mais alto e quatro anos depois a série segue como uma das produções mais esperadas do ano.

A quarta temporada, que está disponível na Netflix, não caiu na rotina nem se perdeu no caminho, como aconteceu com tantos outros sucessos.

O exemplo mais recente foi House of Cards, que terminou de forma melancólica e confusa. Já Billions parece melhorar com o tempo, especialmente depois que John Malkovich entrou no elenco na terceira temporada.

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O público se mostrou disposto e ter atenção redobrada nos diálogos e parece ter se adaptado ao complexo mundo das finanças, mesmo que muitas vezes seja necessário abrir mão de entender os detalhes das tramas e subtramas que envolvem o mercado financeiro.

Foi justamente o cruzamento entre esses dois mundos, política e negócios, que tornou a série atual e afinada com o noticiário. No segundo episódio da terceira temporada, os operadores da Axe Capital, empresa de Axelrod, comentam durante uma reunião que seus negócios foram atingidos “por um tsunami vindo do Brasil”.

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Um deles cita indiretamente a Odebrecht: “Pena que a maior construtora deles é uma fábrica de escândalos. Não ajuda que seja uma empresa que teve quase 100 executivos indiciados”.

Nos primeiros episódios da atual temporada, Billions faz uma ponte com o desaparecimento do jornalista Jamal Khashoggi, que foi morto após uma briga no consulado saudita em Istambul, na Turquia.

O segredo para se deixar apaixonar pela trama de Andrew Ross Sorkin é não se prender aos detalhes das jogadas do mercado. Perceber a ideia geral já é o suficiente.

Inimigos íntimos nos últimos três anos, Chuck e Axelroad agora estão afinados e se ajudam mutuamente.

Enquanto o ex-procurador tenta sacudir a poeira e dar volta por cima, o investidor saiu da lona e agora luta para derrubar Taylor, sua ex-funcionária que virou concorrente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.