Christopher Reeve imortalizou o Super-Homem

Desde 1995 ele vivia em cadeira de rodas, o que não era só um tormento, mas também uma ironia – afinal, Christopher Reeve ficou famoso no cinema como Super-Homem. Quando surgiu a publicidade da fantasia de Richard Donner – é um pássaro, um avião? -, ninguém podia imaginar que o homem mais poderoso do mundo, o homem de aço que podia até voar, terminaria aprisionado num corpo paralítico. Mas foi o que ocorreu, após um acidente. Reeve participava de um torneio de equitação. Literalmente, caiu do cavalo, quebrou a coluna e ficou paralisado. Foi um golpe, com certeza, mas, como existe a mente – que pode ser livre mesmo num corpo deficiente -, Reeve nunca desistiu de lutar. Virou um exemplo para milhões de americanos e cidadãos de todo o mundo, igualmente deficientes. Multiplicou seus fãs.

Mas Christopher Reeve entrou em coma no sábado à tarde. E morreu no domingo, sem recobrar a consciência, no Northern Winchester Hospital, de Nova York. Tinha 52 anos. A causa mortis – insuficiência cardíaca, decorrente dos numerosos tratamentos a que se submeteu nos últimos nove anos. Reeve tinha sido internado para tratamento de uma infecção. Houve complicações e ele não resistiu.

No fim das contas, não havia ironia alguma – Christopher Reeve foi mesmo um super-homem. Um guerreiro, um lutador. Além de lutar por pesquisa e tratamento das doenças de coluna e direitos dos paralíticos, não parou com a carreira por causa da doença. Atuou e até dirigiu telefilmes em cadeira de rodas -regravou Janela Indiscreta, de Alfred Hitchcock, assumindo o papel de James Stewart na versão para cinema.

Reeve nasceu e morreu em Nova York. Nascido em 25 de setembro de 1952, freqüentou a Escola Juillard e graduou-se na Cornell University uma das melhores do mundo), em Ithaca, NYC. Começou sua carreira de ator em companhias de repertório, em peças de verão.

A despeito de vários filmes menores, Reeve, no cinema, é essencialmente Superman. Ele viveu o personagem pela primeira vez em 1978, quando Richard Donner fez Superman – O Filme. Continuou vestindo a capa de Super-Homem nos dois filmes de Richard Lester – Superman 2 e Superman 3, de 1980 e 1983 – e ainda fez o quarto da série, o mais fraco de todos, Superman 4 – Em Busca da Paz, de Sidney J. Furie, em 1987. Por seu físico e também pelo currículo como ator dramático, ele sabia, melhor do que ninguém, encarnar a dualidade de Superman e seu alter ego, Clark Kent.

A família – a mulher, Dana, e os três filhos, de 12, 21 e 25 anos – pediram que doações sejam feitas para a Christopher Reeve Paralysis Foundation, que ele criou em 1999 para aproximar cientistas e desenvolver programas de incentivo ao estudo e combate das doenças que resultam na perda da capacidade motora e/ou sensorial, em diferentes partes do corpo humano.

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