Chico Pinheiro relança seu 1º álbum com show em SP

Do discurso de Chico Pinheiro emana saudade do passado, mas nem por isso, se ele pudesse voltar atrás, mudaria o que fez. A reflexão feita com o compositor e violonista é baseada em uma diferença de sete anos, período em que gravou seu primeiro disco e despontou no cenário nacional. Hoje, depois de alçar voos seguros no exterior, Chico Pinheiro sobe ao palco do Sesc Vila Mariana, em São Paulo, em um retorno ao início de sua carreira, relançando seu álbum de estreia, “Meia-Noite Meio-Dia”.

A nova chegada do CD ao mercado, agora pelo selo Buriti, é uma volta porque ele foi retirado de catálogo em 2004 pela Sony quando o compositor assinou contrato com a Biscoito Fino. Diferentemente de muitos artistas, que declaram que se gravassem de novo um trabalho o fariam de outra maneira, Chico vê sentido no registro da forma que foi feito. “Se eu entrasse hoje em estúdio para gravar o Meia-Noite Meio-Dia, naturalmente seria diferente porque amadureci. Mas não mudaria nada do que fiz ali, é como uma foto. Se você olha uma fotografia de quando tinha 15 anos, talvez pentearia o cabelo de outro jeito ou trocaria a camiseta. Eu não alteraria nada”, diz Chico.

Sendo assim, entende-se que o disco relançado agora é como uma fotografia retocada, já que ganhou uma faixa extra, que justifica as comparações feitas desde 2003 entre Chico Pinheiro e mestres como Edu Lobo e Guinga. “Canto Vagabundo” foi incluída no álbum de forma inesperada. Surgiu como uma encomenda de diretores da Globo sobre um poema inédito de Maysa, na época da minissérie que contou a vida da cantora. “Eles me exigiram que eu musicasse o poema em um espaço de tempo muito curto. Foi um desafio já que eu não costumo trabalhar em cima de uma letra, geralmente faço a melodia antes e entrego para meus parceiros. Sem contar que o poema não foi pensado como uma canção. E eu tentei respeitar o universo da Maysa.”

No show de hoje, Chico contará com as participações de Sergio Santos, Swami Jr. e Luciana Alves, com arranjos modificados naturalmente pelo tempo que tocam os temas de “Meia-Noite Meio-Dia” na estrada. “Vai ser algo aberto para o imprevisível. Como a gente diz, a partitura é sempre a mesma, mas a música não”, diz Chico.

Chico Pinheiro. Sesc Vila Mariana. Teatro (608 lug.). Rua Pelotas, 141. Tel. (011) 5080-3000. Hoje, às 21 h. R$ 20.

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