Chico Buarque reencontra o público curitibano em quatro apresentações, a partir de amanhã até domingo, no Guairão. E todas com lotação máxima. Todos os ingressos foram vendidos há quase um mês. A turnê do show Chico estreou novembro em Belo Horizonte e, antes de chegar a capital paranaense, já passou por Porto Alegre e Novo Hamburgo.
No repertório, o compositor vai apresentar as músicas de seu mais recente disco, Chico, além de composições de todas as fases de sua carreira, do início dos anos 60 até hoje, amarradas entre si por afinidades musicais ou temáticas. Um roteiro musical generoso que inclui quase 30 canções ao longo de 1h40.
Pesquisa
Para montar o repertório do show, o artista vasculhou os mais de 400 títulos de sua obra, tão vasta em gêneros quanto em assuntos, para chegar à lista final de 28 músicas. “Como o disco é menos orquestrado do que os anteriores, a participação do conjunto foi maior. Criamos arranjos com menos elementos, o que acabará se refletindo no palco. Chico não se preocupa em fazer shows pirotécnicos, pois o repertório dele se basta. A sua filosofia se baseia na linearidade, onde cada novo espetáculo é a continuação do anterior”, explica o maestro, arranjador e violonista Luiz Claudio Ramos.
Niemeyer e Portinari
O cenário será composto, em momentos diferentes do show, por três grandes reproduções sobre tecido – um desenho de Oscar Niemeyer (A Mulher Nua) e duas pinturas de Cândido Portinari (O Bloco Carnavalesco e O Circo) além de uma escultura móvel de uma Fita de Möbius (acima dos músicos , na foto), objeto topológico muito utilizado em estudos matemáticos. Os figurinos são inspirados nas cores de O Circo e a iluminação foi projetada para interagir com a cenografia e os músicos. “A escultura é baseada num grande enigma matemático que representa a continuidade da vida. Os painéis são uma homenagem ao país, à cidade do Rio de Janeiro e à língua brasileira”, adianta Eichbauer.