Após um longo período de ausência dos palcos, Chico Buarque inicia no próximo mês, por São Paulo, a turnê nacional do show Carioca, que o levará, até junho de 2007, a mais sete cidades brasileiras. O roteiro inicial inclui apresentações em Campinas, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador (datas a confirmar), mas outras praças poderão ser acrescentadas ao longo da temporada. A turnê tem patrocínio da operadora de telefonia celular TIM.

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A estréia está marcada para o dia 30 de agosto, na casa de espetáculos paulista Tom Brasil (Nações Unidas), de 2.200 lugares, onde o show de lançamento do novo disco permanecerá em cartaz por três semanas, sempre de quinta a domingo. A venda de ingressos começa amanhã.

Presença bissexta nos palcos, Chico Buarque realizou apenas quatro temporadas nos últimos 30 anos: Chico e Bethânia (75), Francisco (88), Paratodos (94) e As Cidades (99). A banda que o acompanhará agora é a mesma da última turnê: o maestro, arranjador e diretor musical Luiz Claudio Ramos, (violão), João Rebouças (piano), Bia Paes Leme (teclados), Wilson das Neves (bateria), Chico Batera (percussão), Jorge Helder (contrabaixo) e Marcelo Bernardes (flauta e sopros). Os premiados Hélio Eichbauer e Maneco Quinderé assinam, respectivamente, cenário e iluminação, e Marcelo Pies, os figurinos. A produção é de Vinícius França.

Duplo disco de ouro por mais de cem mil cópias vendidas, o CD homônimo lançado pela Biscoito Fino no início de maio fornece a base do repertório de Carioca. Suas onze canções entre elas as inéditas Subúrbio, Outros Sonhos, Porque Era Ela, Porque Era Eu, As Atrizes, Ela Faz Cinema, Bolero Blues e Sempre serão acrescidas de outras de autoria do próprio compositor nunca interpretadas por ele ao vivo, como por exemplo Mambembe (da trilha sonora do filme Quando o Carnaval Chegar, de Carlos Diegues, de 1972).

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Chico escolheu Voltei a Cantar para abrir o roteiro. Com isso, ele repete o ídolo Mário Reis, que usou esta mesma canção de Lamartine Babo para anunciar sua volta aos microfones após um longo período de ausência. E Chico volta a cantar em plena forma vocal e no auge da maturidade artística. Carioca é o seu trabalho mais sofisticado em termos harmônicos e melódicos e no qual se faz mais nítida a influência da experiência literária sobre o seu trabalho como letrista.

A partir do lançamento do seu primeiro romance, Estorvo, em 1991, o artista vem alternando as atividades de músico com a de escritor. O padrão se repete desde então: após um livro, ele se submete a um período de transição em que lentamente retorna à música. Daí compõe, grava, lança disco, faz turnê, para em seguida retomar o trajeto de volta à literatura. Após Estorvo, Chico escreveu ainda Benjamim (95) e Budapeste (2003).

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