Carol Castro: ?Daqui a pouco
vou levar uns tabefes?.

A atriz Carol Castro entrou na novela Mulheres Apaixonadas com uma tarefa bastante ingrata: separar o principal casal jovem da trama, Cláudio e Edwiges, formado por Erik Marmo e Carolina Dieckmann. Filha da empregada da família do rapaz, Gracinha voltou de uma longa viagem para “atrapalhar” a vida do casal, apontado por um grupo de discussão como o favorito do público que assiste à novela de Manoel Carlos. Cheia de charme, a menina conquista a simpatia de Cláudio na mesma proporção em que desperta o ciúme de Edwiges. Por isso mesmo, Carol já se prepara para viver situações inusitadas em sua estréia na tevê. “Daqui a pouco, vou começar a levar uns tabefes na rua. Mas reconheço que a Gracinha é atirada mesmo, irritantemente atirada”, espanta-se.

Só quem não notou ainda que Gracinha é um tanto “oferecida” foi o próprio Cláudio. Como os dois cresceram juntos, ele não vê maldade nas investidas da moça. Mesmo quando ela desfila pela casa, para cima e para baixo, em biquínis e shortinhos para lá de indiscretos. “Quase morri de vergonha quando vi que minha primeira cena era de biquíni. É claro que fico constrangida. Às vezes, me sinto praticamente nua no vídeo”, exagera. Se o personagem de Erik Marmo quase não nota a presença perturbadora de Gracinha, o mesmo não se pode dizer dos sempre ávidos editores de revista masculina. Mais que depressa, a Playboy convidou a moça para mostrar o que Cláudio não parece lá muito interessado em ver. “Não quero ficar rotulada como a ?gostosona? da novela das oito. Quero que as pessoas me conheçam pelo meu trabalho e não pelo meu corpo”, enfatiza a atriz, que só aceitou fazer poses sensuais para o site “Paparazzo”, do Globo.com.

Corpinho bonitinho

Pode até ser que Carol queira ser reconhecida por seu talento. Mas, por enquanto, não é por causa de seus recursos dramáticos que ela tem suscitado as mais diferentes reações quando sai de casa em Ipanema, na zona sul do Rio. Algumas mulheres já começaram a lançar os primeiros olhares feios e a resmungar entre os dentes: “Por que você não deixa a Edwiges em paz?”. Já os rapazes não chamam a atenção da atriz pela originalidade de suas cantadas. “Já ouvi coisas do tipo ?Puxa, Gracinha, você é uma gracinha mesmo, hein??. Eles não andam lá muito criativos”, esnoba. Felizmente, Carol não tem tido muito tempo para ouvir gracejos lamentáveis nas ruas. A pequena frente de capítulos obriga o elenco a um ritmo intenso de gravação. “Já aconteceu de eu gravar uma cena de manhã e ela ir ao ar à noite. Está sendo pauleira!”, admite.

Aprendiz

Na verdade, a atriz está adorando o “intensivão”. Para quem está começando na tevê, ela ainda se atrapalha com tantas marcações no texto e posicionamentos de câmara. Entre uma cena e outra, ela tira dúvidas com uma autêntica veterana, a atriz Carolina Dieckmann, que estreou na Globo há dez anos na minissérie Sex Appeal, de Antônio Calmon. “Ela me dá altos toques”, agradece. Como se não bastasse o “corre-corre” das gravações, Carol ainda teve de conviver com uma indesejável conjuntivite, que a obrigou a gravar, por quase 20 dias, de óculos escuros. “Estou estreando na maior pressão. Mas por um lado é bom porque eu aprendo na marra”, valoriza.

Mas a estréia profissional de Carol Castro não é feita só de correria e imprevistos. Ela não esquece o dia em que teve a chance de voar de asa-delta. Um dos integrantes da produção até perguntou se ela não queria que uma dublê fizesse a cena. Nada disso. Na mesma hora, ela saltou da Pedra da Gávea, na zona sul do Rio, com um instrutor de vôo livre. “Por que eu faria aquilo? Sempre sonhei em voar! Adoro sentir aquele friozinho na barriga”, garante ela, que tem até uma águia tatuada no tornozelo. “Águia é sinônimo de liberdade”, explica. Mas a ave de rapina não é a única tatuagem a enfeitar o belo corpo da atriz. Carol ostenta também uma tatuagem tribal com olho de serpente na barriguinha. “A tatuagem agradou em cheio aos diretores da Globo. Por isso, só uso shortinho e biquininho em cena. Eles adoooram!”, diverte-se.

Espírito nômade

A carioca Carol Castro só tinha 5 anos quando seus pais, o ator Lucca de Castro e a terapeuta corporal Cecília Castello Branco, se separaram. Logo, ela se mudou com a mãe para Natal, onde morou por quatro anos com os avós maternos. Lá, descobriu sua vocação para os esportes, como o “morey boogie”, que pratica desde os 6 anos. “Ainda guardo minha primeira prancha até hoje”, orgulha-se. Quando completou 9 anos, Carol resolveu passar uns tempos com o pai no Rio. Foi então que ela estreou nos palcos ao lado dele, que integrava o grupo teatral Terror na Praia, que fazia sátira de clássicos do gênero, como Drácula, de Bram Stoker, e Frankenstein, de Mary Shelley. “Cresci no meio daqueles adoráveis malucos. Era uma espécie de mascote do grupo”, orgulha-se.

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