O tão esperado primeiro disco-solo de Julian Casablancas, vocalista dos Strokes, chega hoje às lojas brasileiras. O álbum “Phrazes for the Young” começou a ser vendido no dia 30 de outubro na Austrália, Áustria, Alemanha e Suíça, e rapidamente se espalhou pela internet. Na mesma época, Casablancas soltou “11th Dimension”, single do disco, em sua página no MySpace, sendo ouvido pela legião de fãs órfãos dos Strokes. Antes mesmo de o CD ser lançado no Brasil, mais de 350 mil pessoas já tinham ouvido a música. Dias depois, foi disponibilizada na mesma página a faixa “River of Brakelights”, com mais de 90 mil acessos.
A expectativa para o trabalho de Casablancas era imensa, já que os Strokes se separaram em 2006, depois da última turnê com “First Impressions of the Earth”. Em entrevistas à imprensa estrangeira, como uma dada à rádio 6Music, da BBC, o baterista brasileiro Fabrizio Moretti declarou no início do ano que os Strokes voltariam aos estúdios e que Casablancas já estava escrevendo as músicas para o quarto álbum da banda. Por enquanto, os integrantes seguem com seus projetos paralelos.
Por falar nisso, as 8 faixas do curtíssimo CD novo de Julian Casablancas provam que os Strokes tinham de fato uma unidade impressionante. O som do quinteto nova-iorquino soava com aquela cara pela combinação entre todos: as guitarras de Nick Valensi e Albert Raymond Jr., o baixo de Nikolai Fraiture, a bateria de Moretti e a voz de Julian.
Quem esperava que o disco de Casablancas tivesse a cara dos três lançados pelos Strokes vai se surpreender. “Phrazes for the Young” tem muito mais cara de pop-rock dos anos 80, com teclados e sintetizadores aparecendo o tempo inteiro como pano de fundo e como solista em introduções. Os exemplos mais gritantes disso são as músicas “Out of the Blue” e “Left Right in the Dark”.
A terceira faixa, “11th Dimension”, foi uma escolha certeira para single. A música dançante é de longe o destaque do álbum. “River of Brakelights”, a segunda disponibilizada no MySpace, é a única que lembra os discos dos Strokes. Não nos dois primeiros – e melhores da banda, “Is This It” e “Room on Fire” -, mas o último, “First Impressions of the Earth”. As baladas “Glass” e “Chords of the Apocalypse” têm um instrumental bem feito, assim como “Ludlow St.”.