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‘Chefinho’ faz crítica do mundo corporativo

Agora que todo mundo já falou mal de O Poderoso Chefinho, talvez se possa tentar ver o que a nova animação da DreamWorks, apesar de tudo, tem de interessante. Justamente, a DreamWorks. Com Shrek, de 2001, o estúdio passou a disputar sua fatia no mercado da animação, tradicionalmente dominado pela Disney e, a partir dos anos 1990, pela Pixar. Vieram depois outras empresas, mas a DreamWorks destacou-se com a história do ogro – e sua subversão dos contos de fadas.

O Poderoso Chefinho tem cenas ótimas (a da briga de ninjas), mas todo mundo se queixa que a história que lhe deu origem – 30 e poucas páginas de ilustrações, com pouquíssimo texto – tenha sido esticada. Tem gente que reclama do ritmo arrastado, do excesso de subtramas e referências que escapam ao público infantil.

Ao contrário do que sugere o título, não se trata de uma paródia de O Poderoso Chefão, o clássico de Francis Ford Coppola. O bebê de terno e gravata, que age feito executivo, remete a um outro filme. Tem mais a ver com O Sucesso a Qualquer Preço, de James Foley, sobre um texto de David Mamet, que critica duramente o mundo empresarial e das finanças.

Na trama, garoto vive a vida perfeita até que chega o irmãozinho, esse ‘freak’ de terno e gravata. Ele duvida que se trate de um bebê, e investiga. Descobre um complô. Há uma fábrica de bebês, bebês rejeitados. Eventualmente, o maninho junta-se a Tim, o mais velho, para salvar o amor no mundo, mas – espera aí… Até que ponto é tudo imaginação de Tim? O diretor Tim McGrath, de Madagascar, adora as perseguições. Insere algumas no relato. Faz com que o espectador torça por Tim, mesmo quando não está certo. É a marca da DreamWorks. À humanidade disneyniana, o estúdio prefere a subversão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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