O filme é baseado num desempenho excepcional da estrela Charlize Theron, que venceu o Oscar deste ano por causa dessa atuação. A história é sobre uma prostituta que, por causa do ódio, assassinou seis homens.
A trama é boa, porque quando a personagem confessa os seis assassinatos, incluindo um policial, reivindica ter matado somente para se defender resistindo a agressões e surras enquanto trabalhava como prostituta. Tempo para discussões.
Trata-se de uma história verdadeira sobre a primeira serial killer dos EUA, que discute bravamente os desajustes de uma vida focalizada em baixos padrões de moral. Charlize Theron demonstrou ser uma atriz de primeiro time, pois além da transformação física, conseguiu captar todos os aspectos psicológicos e violentos da profissão que exercia e do ambiente que vivia.
Vítima de abusos durante a infância, Aileen Wuornos (o verdadeiro nome da assassina) tornou-se prostituta ainda na adolescência e, logo no início de Monster, está prestes a acabar com a própria vida. Nesse momento ela conhece Selby (Ricci), uma jovem lésbica com quem acaba se envolvendo. Certa noite, depois de ser agredida por um cliente, Wuornos acaba matando o sujeito. Incidente que, funcionando como uma verdadeira válvula de escape, transforma-se em rotina para a atormentada mulher, como se esta decidisse desviar toda a raiva que sempre sentiu de si mesma em direção aos homens que cometem o erro de utilizá-la como simples objeto.
Theron está absolutamente irreconhecível em Monster, interpretando Wuornos, que matou seis (ou sete) homens em 1989, sendo executada em 2002. Ela está quatorze quilos mais gorda e utilizando uma pesada maquiagem que a envelheceu mais de uma década, Theron transforma Wuornos não apenas em uma figura verossímil, mas também em um personagem trágico e emocionante. Quem gosta de Charlize, loira e bela, ficará chocado. Quem gosta de cinema e esplêndidas interpretações, vai adorar.
O filme é dirigido por Patty Jenkins. E além de Theron, conta com Christina Ricci, Bruce Dern, Pruitt Taylor Vince, Scott Wilson e Annie Corley.
