“Eu ouvi dizer que esta é a maior Comic Con do mundo”, disse Kevin Feige, presidente do Marvel Studios, ao público que estava presente na Comic Con Experience (CCXP), que aconteceu em São Paulo entre os dias 5 e 8 de dezembro.
Talvez o produtor estivesse apenas sendo educado, mas de fato a CCXP pode se orgulhar de ser um dos maiores eventos da cultura pop no mundo. Em 2019, com apenas seis edições realizadas, a feira esgotou antecipadamente todos os seus ingressos pela primeira vez, registrando um público de 280 mil pessoas – mais de 100 mil visitantes à frente da lendária San Diego Comic-Con (SDCC), que completa meio século no ano que vem.

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As atrações da edição 2019 também não deixaram a desejar: além do já citado mandachuva do Marvel Studios, estrelas como Gal Gadot (Mulher-Maravilha 1984), o trio Daisy Ridley, John Boyega e Oscar Isaac (Star Wars: A Ascensão Skywalker), Margot Robbie (Aves de Rapina), Henry Cavill (The Witcher), o elenco da série La Casa de Papel, além de quadrinistas de peso como Frank Miller, Neal Adams, Mike Deodato Jr., Rafael Coutinho, Laerte e muitos outros.

A presença de artistas e cineastas (J.J. Abrams, Patty Jenkins) do primeiro escalão de Hollywood certamente provou a força do evento, embora os numerosos cancelamentos de última hora – Iain Glen (Game of Thrones, Novos Titãs), Dafne Keen (His Dark Materials) e Michael Bay (Esquadrão 6) – possam ter tirado um pouco do brilho da programação.

No entanto, apesar do mérito de ter colocado definitivamente o Brasil no mapa da cultura pop internacional em relativamente pouco tempo, o que deve ser exaltado, a CCXP ainda peca no quesito relevância.

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Retornado à ingrata, porém justificável, comparação com a SDCC, o que se nota é que a edição brasileira do evento aposta nas presenças de peso, mas falha em trazer novidades de fato. Enquanto, em San Diego, os estúdios competem para ver quem anuncia mais séries, filmes e novidades importantes, esses mesmos estúdios parecem não guardar nenhum material novo na manga para apresentar ao público em São Paulo. Há, sim, revelações de trailers, uma ou outra cena inédita de algum filme que ainda está por estrear, ou datas de estreias, mas nada que se compare à relevância do que se anuncia na SDCC.

Além disso, a organização do evento como um todo deixa a desejar: não bastassem os preços altos, as filas grandes e a pouca comodidade oferecida, há visitantes que relataram ter esperado mais de duas horas por um ônibus para a estação Jabaquara do metrô, e a saída do São Paulo Expo é um gargalo importante. Entre erros e acertos, ainda há um longo caminho a percorrer para a CCXP. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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