Nos últimos 17 anos, os cineastas pernambucanos realizaram mais longas, médias e curtas-metragens que em todo o século anterior. Do histórico Baile Perfumado (de 1997) ao recente Tatuagem (de 2013), dezenas de filmes reescreveram a história não só do cinema do Estado, mas também do cinema brasileiro.

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É para os novos e marcantes diretores pernambucanos que a mostra O Novo Cinema Pernambucano, em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil até 10 de julho, é dedicada.

E é também para o público ver e rever esta produção vivaz que a curadora Renata Pessanha idealizou a mostra. “Comecei a frequentar o cinema sem meus pais quando os filmes da Retomada estavam chegando às telas. E o Baile Perfumado foi um dos que mais me impactaram”, conta Renata, que também é documentarista. “Amarelo Manga, de 2002, também me impressionou muito. O Baile é o marco desta nova geração de cineastas, mas Amarelo Manga é um dos melhores desta fase”, continua a curadora.

Diversificada, a seleção da retrospectiva conta com 16 longas e 13 curtas­metragens e não traz somente os já clássicos, como os já citados Amarelo Manga, Baile Perfumado, Cinema, Aspirinas e Urubus e Árido Movie, mas também documentários e curtas, como Doméstica, que Gabriel Mascaro dirigiu em 2012; o ousado Pacific, dirigido por Marcelo Pedroso em 2011, além de curtas como Texas Hotel, de Claudio Assis. “Texas é de 1999 e foi rodado no mesmo hotel que serviu de locação principal de Amarelo Manga. Do Claudio Assis, há também Soneto do Desmantelo Blues, de 1993”, diz ainda Marina. “Assistir a estes curtas é uma forma de entender a trajetória dos diretores”, completa.

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Entre outros nomes imperdíveis, estão Marcelo Gomes, Paulo Caldas e Marcelo Luna, Lírio Ferreira, Kleber Mendonça Filho, Marcelo Lordello, Renata Pinheiro e Tião. Este último, aliás, acaba de voltar do Festival de Cannes com um prêmio da Quinzena dos Realizadores pelo curta Sem Coração, com codireção de Nara Normande.

“A Renata Pinheiro, por exemplo, tem ótima produção, mas não tem um nome tão forte quanto o do Kleber Mendonça. A seleção é para a gente descobrir esses diretores.”

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Ainda que não haja um denominador comum em questão de linguagem e/ou estética nesta vigorosa produção pernambucana, há uma característica que une os realizadores. A produção do Estado é prioritariamente autoral, não busca o sucesso comercial em primeiro lugar, mas sim a experimentação de temas e formatos. “Foi isso que me fez pensar a mostra. Os filmes, tanto em temas quanto linguagem, propõem novas formas de se pensar o cinema. É a produção mais interessante do Brasil atualmente”, analisa a curadora. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.