Vê-lo não vai ser tão bacana quanto no passado. Mas quem sentiu a força de “Cazuza” no palco pode, enfim, matar as saudades. E quem apenas o ouviu agora tem a chance de conferir o ídolo em ação neste sábado, 30, no Parque da Juventude. O evento acontece no ano em que Agenor de Miranda Araujo Neto completaria 55 anos. A homenagem virá em forma de holograma, com uma banda formada por amigos.

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A ideia surgiu depois que o diretor geral do evento, Omar Marzagão, foi a Londres, em 2011, para conhecer a tecnologia holográfica a convite da empresa Musion, responsável pelo holograma do rapper Tupac Shakur no festival Coachella, na Califórnia. “Sou muito amigo do George (Israel, do Kid Abelha) e lembrei do show que ele fez do disco 13 Parcerias com Cazuza”, diz o diretor, que aproveitou a efeméride para, junto a Israel, realizar a apresentação.

A versão virtual de Cazuza aparece nos 20 minutos finais do show, quando ele canta cinco músicas e interage com a plateia. “Encaramos essa parte como um pocket show dentro do espetáculo”, diz Israel.

“Pegamos falas dele, algumas políticas, outras com aquela ação impulsiva, com aquele deboche.” A banda que acompanha o holograma é composta por músicos que fizeram parte da carreira do cantor: Nilo Romero, baixista e produtor dos dois últimos discos; Arnaldo Brandão, parceiro em “O Tempo Não Para”; Leoni, que teve participação em “Exagerado”; Rogério Meanda, de “O Nosso Amor a Gente Inventa”; Guto Goffi, um dos fundadores do “Barão Vermelho”; e o próprio Israel, que, com Cazuza, compôs sucessos como “Burguesia” e “Brasil”. Esta é entoada por Gal Costa, que também deve cantar outras duas músicas do poeta na primeira parte do show. Além dela, participam Paulo Ricardo e outros músicos que, formando uma orquestra, dão outros ares para algumas das canções.

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Sobre o efeito mórbido que a aparição de Cazuza pode gerar, Israel reconhece a polêmica. “Também por isso eu procurei me cercar dos pais dele antes de embarcar nessa. Mas o Cazuza sempre foi desbravador, corajoso. Acho que tem a ver. “Para Marzagão, o risco não existe. “De jeito nenhum estamos ressuscitando o artista, é apenas uma homenagem. Qual é a diferença entre colocá-lo em holograma ou no cinema?”

Segundo Marzagão, a produção do holograma, feita pela Revel Alliance (responsável por efeitos em filmes hollywoodianos), durou cinco meses e foi dividida em várias etapas. Primeiro, todo o roteiro do show foi definido para que a voz de Cazuza fosse extraída dos fonogramas. Ao mesmo tempo, a equipe fazia testes para escolher quem faria os movimentos que são executados pela imagem. Orlando Ávila – que ficou atrás apenas de Daniel de Oliveira para interpretar o astro no cinema – fez, separadamente, as expressões corporais e faciais, que foram posteriormente combinadas. O processo foi feito no Rio, em Paris, Milão e Dubai.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.