A história da Alaúde remonta à 1997, quando ela começou a fazer produção editorial para terceiros, além de revistas e outros tipos de conteúdos. O primeiro livro com selo próprio, feito para livrarias, só foi publicado em 2004. De lá para cá, a editora fundada pelo paranaense Antonio Cestaro se tornou referência em livros sobre automobilismo e, mais recentemente, também sobre alimentação.

continua após a publicidade

Ao longo dos anos, ela criou os selos Tordesilhas, para ficção literária, Tordesilhinhas, para literatura infantil, e Pavana, para infantojuvenil. Mas é o catálogo da Alaúde, que edita ainda obras sobre saúde (do corpo e da mente), que mantém a editora. Seus livros estão em livrarias tradicionais, onde foi registrado, em 2017, um crescimento de 16% no faturamento, e são vendidos também em bancas, restaurantes e por catálogo.

continua após a publicidade

O best-seller da editora, aliás, é O Poder dos Sucos, com cerca de 720 mil exemplares comercializados no sistema porta a porta. Olhando apenas os números das livrarias, os títulos mais vendidos são o livro de colori O Jardim Encantado (135 mil), Contos de Imaginação e Mistério, de Edgar Allan Poe (73.200) e Supercérebro, de Deepak Chopra (61.500).

continua após a publicidade

A reestruturação da Tordesilhas, agora, é uma tentativa de Antonio Cestaro, fundador e diretor-geral da casa, de tornar o selo criado em 2011 autossuficiente. “É impossível ter uma editora que só faça alta literatura e fechar a conta. Mantendo a qualidade editorial, vamos mesclar com uma literatura que trata de temas mais populares e aborda as questões que estão incomodando o mundo”, diz Cestaro – ele, que passou pela gráfica do jornal O Estado de S. Paulo no início da carreira, é também escritor e foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura no ano passado, na categoria autor estreante com mais de 40 anos, com o romance Arco de Virar Réu.

E o que esperar da nova Tordesilhas? “Uma editora mais vigorosa e capacitada para buscar novos segmentos de atuação. Ela está vestindo uma roupa nova, menos formal e mais identificada com os grandes temas e as discussões que movem o mundo na atualidade. Sua atuação se amplia e abre espaços para a publicação de autores e personalidades reconhecidos pelos seus trabalhos, tanto na ficção como na não ficção”, responde.

Toda essa movimentação foi iniciada num ano ainda crítico para o mercado editorial. Um ano “cansativo e difícil”, nas palavras do editor. “O resultado é que o Brasil inteiro está ansioso para enxergar sinais seguros de que o país vai sair do atoleiro e retomar o crescimento – gerar empregos, normalizar o consumo e trazer novamente a esperança no futuro”, diz. E por que mexer na estrutura num momento como esse? “A leitura que faço é que o momento é apropriado para investir, amadurecer projetos e se preparar para a retomada do crescimento. Fazer isso sem desprezar o risco, mas considerando que a falta de iniciativa e determinação pode também cobrar o seu preço ou, no mínimo, esfriar o negócio.”

Cestaro conta que a editora passou pela crise de 2017 sem perder a capacidade produtiva. “Apesar da má visibilidade de médio e longo prazo sobre uma retomada consistente e duradoura da economia, alguns sinais positivos já permitem que se possa nutrir certo otimismo e trabalhar na viabilização de novas ideias, novos projetos”, conclui.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.