A Fundação Cultural de Curitiba abre na quinta-feira (28), às 19h, na Casa Romário Martins (Largo da Ordem, 30), a exposição "Fotos de Estúdio – Imagens Construídas", que apresenta fotografias produzidas pelos primeiros estúdios fotográficos montados em Curitiba no final do século 19. Na ocasião, a Fundação lança um novo número do Boletim da Casa Romário Martins, com um histórico dos primórdios da fotografia paranaense e reproduções das imagens reunidas na mostra.
A publicação marca a retomada das edições do Boletim da Casa Romário Martins, que estiveram interrompidas por três anos. A coleção é uma das mais tradicionais referências bibliográficas da memória cultural curitibana, editada desde 1974. São 127 números lançados até agora.
O novo número do Boletim mantém a proposta editorial original de acolher a vasta produção historiográfica sobre a cidade, mas traz uma inovação em sua concepção gráfica. Segundo a diretora de Patrimônio Cultural, Christine Baptista, os próximos lançamentos estarão divididos em três séries, conforme a temática dos estudos e pesquisas: Memória Urbana, Memória Institucional e Memória de Vida.
O volume "Fotos de Estúdio: Imagens Construídas" inaugura a série Memória Urbana, cujo objetivo é divulgar o acervo histórico-documental da Casa da Memória sobre temas de ressonância cultural nos diversos segmentos sociais. As publicações têm conexão com as exposições organizadas na Casa Romário Martins. Até o final do ano deverão ser publicados os primeiros volumes das demais séries, abordando, no caso da Memória Institucional, os 30 anos da Cinemateca de Curitiba, e na série Memória de Vida, a biografia de Júlia Wanderley.
As edições dos novos boletins da Casa Romário Martins contam com o apoio da Emater. A empresa assumiu os custos de impressão por meio de um convênio com a Fundação Cultural de Curitiba, que fornece à Emater apoio técnico na área de catalogação de documentos e museologia. O patrocínio da exposição é da UnicenP.
A exposição
Do acervo histórico da Fundação Cultural de Curitiba, composto por mais de 300 mil imagens – entre as quais 10.700 originais em papel datados desde 1884 -, foram selecionadas 68 que representam o momento em que a fotografia aparece como uma novidade no cotidiano das famílias curitibanas. Entre 1880 e 1930, a partir do pioneirismo de Adolpho Volk, os estúdios fotográficos passaram a contar histórias de vida e contribuíram para ordenar a memória de várias gerações.
Em Curitiba, a técnica chegou nas últimas décadas do século 19, quando a cidade começou a expandir seu quadro urbano e a abrigar um significativo número de imigrantes, muitos dos quais já conheciam a fotografia. Entretanto, os equipamentos e laboratórios fotográficos estavam restritos aos profissionais e era a eles que se recorria. "Nessas ocasiões, a simples presença de um fotógrafo ou a ida a um estúdio era acontecimento a ser lembrado nas reuniões familiares", contam os historiadores Maria Luiza Golçaves Baracho e Marcelo Saldanha Sutil, autores da pesquisa.
Com o desenvolvimento de técnicas, os fotógrafos foram aprimorando os seus processos, mas os estúdios, equipados com uma parafernália de móveis, biombos, colunas, peças de vestuário e objetos dos mais variados garantiam o cenário ideal para os retratados. Depois de Adolpho Volk, outros nomes despontaram e tornaram-se famosos na época – os irmãos Joseph e Augusto Weiss, Arthur Wischral, Armin Henkel, Alberto Oncken, Frederico Lange e João Baptista Groff.
Serviço
Exposição e lançamento do Boletim da Casa Romário Martins
"Fotos de Estúdio: Imagens Construídas".
Casa Romário Martins – Largo da Ordem, 30
Abertura: quinta-feira, 28 de julho, às 19h
A exposição permanece aberta até 15 de novembro de 2005. De terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 18h; sábados e domingos, das 9h às 14h.
Entrada franca.