A Casa Romário Martins, no Largo da Ordem, Centro de Curitiba, ganhou um grande presente. Após ficar um ano fechada para restauração, a casa foi reinaugurada ontem com o lançamento do boletim Factos da actualidade: Charges e caricaturas em Curitiba, 1900 – 1950. Junto com o boletim, a Fundação Cultural de Curitiba (FCC) lançou uma exposição com charges publicadas em quatro revistas que circulavam pela capital entre 1900 e 1950.
De acordo com Aparecida Bahls, que escreveu o boletim em parceria com Mariane Cristina Buso, na exposição estão presentes charges das revistas O Olho da Rua (1907), A Bomba (1913), O Jazz (1926) e da revista Correio dos Ferroviários (1934).
“Alem desses periódicos homenageamos na exposição o cartunista Alceu Chichorro, que publicou várias charges com um estilo muito irreverente. Ele unia em seus desenhos personalidades políticas da época como Hitler e Roosevelt a três de seus personagens: Dona Marcolina, Chico Fumaça e Totó”, explica.
Assim como atualmente, as charges presentes na exposição tratam de assuntos do cotidiano. “A crítica e a ironia à política estão muito presentes nessas charges, bem como a visão da sociedade naquela época. São tratados temas como mulheres, casamentos e até o relacionamento com a sogra”, conta Aparecida.
O trabalho de restauro da casa custou R$ 383 mil, provenientes do Fundo Municipal da Cultura. “A restauração faz parte da iniciativa da prefeitura em preservar o patrimônio histórico da cidade, o que já aconteceu em diversos locais como o Teatro Paiol, o Teatro Novelas Curitibanas, Capela Santa Maria, dentre outros”, frisa a diretora de patrimônio cultural da FCC, Valéria Marques Teixeira. A casa Romário Martins é o último exemplar de arquitetura colonial portuguesa existente em Curitiba.