Cartas de Rodez, que o grupo Amok apresenta no Teatro da Caixa hoje, amanhã e domingo, é uma seleção de cartas do ator, poeta e dramaturgo francês Antonin Artaud a seu psiquiatra, o doutor Ferdière, durante o período em que esteve internado como louco no manicômio de Rodez, de 1943 a 1946. As cartas são um diálogo desesperado de Artaud com seu médico e, através dele, com toda a sociedade.

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No espetáculo, o Amok não procura imitar o poeta nem se separar completamente dele. Através de Artaud, a intenção é encontrar um outro Artaud. Trata-se de uma transposição teatral do personagem e de sua situação. Para criar esta realidade cênica, estabelece-se um diálogo entre dois importantes nomes do teatro deste século, num encontro teatral imaginário entre Antonin Artaud e Etienne Decroux. Dois homens pertencentes à mesma geração, que romperam com seus predecessores e fundaram o trabalho do ator sobre uma ciência precisa e rigorosa do corpo. O monólogo recebeu o Prêmio Shell de Teatro em 1998 nas categorias de melhor direção, para Ana Teixeira, e melhor ator, para Stephane Brodt. Cartas de Rodez  recebeu também o prêmio Mambembe de melhor espetáculo de 1998 e a indicação de melhor direção.

As cartas de Rodez

Em 1937, Antonin Artaud, devido a um incidente, é confundido com um louco. Internado e maltratado em vários manicômios franceses, ele é transferido após seis anos para o Hospital Psiquiátrico de Rodez, onde permanece por mais três anos. Em Rodez, Artaud estabelece com o dr. Ferdière, médico-responsável do manicômio, uma intensa correspondência. Uma relação ambígua se estabelece entre os dois.

Serviço

Cartas de Rodez, no Teatro da Caixa. Dias 31/8, 1.º e 2/9, sexta e sábado, às 21h e domingo, às 19h. Ingressos a R$ 16,00 e R$ 8,00 (clientes da Caixa, idosos e estudantes), à venda no Teatro da Caixa (Rua Conselheiro Laurindo, 280). Informações: 2118-5111. 

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