A bateria da Mangueira inova e faz várias paradinhas, nas quais o público leva o canto do samba. Numa delas, a cantora Alcione foi quem assumiu o samba. Em uma “paradona”, por quase um minuto, os ritmistas silenciaram os instrumentos e o samba sobre o Cacique de Ramos foi cantado pelo público da arquibancada. A inovação causou estranheza a princípio. Na primeira parada, muitos pensaram tratar-se de falha técnica no carro de som.
A Mangueira é a quarta escola a desfilar nesta segunda noite de apresentações das escolas do Grupo Especial do Rio. São 50 alas, 8 alegorias e 4 mil componentes. Dudu Nobre, Alcione Beth Carvalho e Jorge Aragão desfilam pela escola e aparecem nos carros alegóricos. A Mangueira canta os símbolos da escola; destaque para Cacique de Ramos.
Acompanhe o samba-enredo da escola:
“Vou Festejar! Sou Cacique, Sou Mangueira!”
Autores: Junior Fionda – Lequinho – Igor Leal – Paulinho Carvalho
Intérprete: Zé Paulo Sierra – Luizito – Ciganerey – Vadinho Freire
Salve a tribo dos bambas!
Onde um simples verso se torna canção?
Salve o novo palácio do samba!
O “doce refúgio” pra inspiração
Debaixo da tamarineira
Oxossi guerreiro me fez recordar
Um lugar? o meu berço num novo lar
Seguindo com os “pés no chão”
“Raiz” que se tornou religião
da boêmia, dos antigos carnavais
Não esquecerei jamais!
Firma o batuque, quero sambar? me leva!
O surdo um faz festa!
esqueça a dor da vida?
caciqueando na avenida
Sim?
Vi o bloco passando, o nobre rezando e o povo a cantar
Sim?
Era um nó na garganta ver o bafo da onça desfilar?
Chora, chegou a hora eu não vou ligar
minha cultura é arte popular,
nasceu em fundo de quintal?
Sou imortal e vou dizer
agonizar não é morrer
Mangueira, fez o meu sonho acontecer?
O povo não perde o prazer de cantar
por todo universo minha voz ecoou
respeite quem pôde chegar
onde a gente chegou!
Vem festejar, na palma da mão
eu sou o samba, “a voz do morro”!
não dá pra conter tamanha emoção
Cacique e mangueira num só coração